Fogo veio da Fazenda vizinha próxima ao assentamento Dom Tomás Balduíno.  Famílias arrecadam doações para conter estragos

Assentamento Dom Tomás Balduino é referência na cidade de Formosa e região pela produção, comercialização e doação de uma grande diversidade de alimentos agroecológicos. Foto: MST

O Assentamento Popular Dom Tomás Balduíno do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), localizado em Formosa, Goiás, foi invadido por um grande foco de incêndio na tarde da última segunda-feira (12).

O fogo queimou lavouras, mangueiras de canalização de água para consumo das famílias, e algumas moradias. De acordo com as famílias assentadas que residem no local, o fogo veio da Fazenda vizinha próxima ao Assentamento – área de preservação do Cerrado – e rapidamente se alastrou pelo Assentamento.

“Ninguém ficou ferido, ainda não se sabe se o foco de incêndio foi provocado pela seca e as altas temperaturas, ou se foi resultado de ato criminoso”, informou o MST.

O fogo já foi controlado, mas a comunidade precisa de apoio para reconstruir o que foi destruído pelas chamas. Além do incêndio, as perdas da plantação e vegetação nativa, preocupam as famílias não é de hoje na região. O MST está realizando uma campanha solidária para o Assentamento Popular Dom Tomás Balduíno para arrecadar lonas, mangueiras, água, utensílios domésticos básicos, entre outros itens de emergência.

O Território é referência na cidade de Formosa e região pela produção, comercialização e doação de uma grande diversidade de alimentos agroecológicos.

Retrocesso ambiental

O MST denuncia que a falta de políticas públicas que preservam o Bioma tem ameaçado não só a fauna e flora como também os povos tradicionais, que dependem do ecossistema para manterem seu modo de vida.

“O governo Bolsonaro, aliado ao agronegócio, não colocou em prática o Código Florestal brasileiro e cortou R$ 35 milhões do orçamento do Ministério do Meio Ambiente para 2022”, denuncia o MST.

A organização popular também lembra que o atual governo coleciona diversos outros ataques ao bioma, incluindo a flexibilizações de normas ambientais, incentivo ao avanço da agropecuária e incentivo à violência contra a populações tradicionais.

De acordo com estudos do Mapbiomas, as atividades do setor agropecuário foram responsáveis por 98,8% do desmatamento no Cerrado entre 1995 e 2020. O bioma concentra 30% de toda área desmatada no Brasil. Só em 2021, Cerrado perdeu 8,5 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa, segundo Inep.

Solidariedade

Para ajudar as famílias que perderam seus lares e plantação com o incêndio:

Assentamento Dom Tomás Balduino- Área 2, Fazenda Cangalha
PIX (celular): 62981225983
Nubank
Elizete Silva Brito
Contato: (62) 981225883 – Elizete