Por Miranda Perozini

O juiz Otavio Tioiti Tokuda, da 10ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), rejeitou uma liminar do Psol contra o Hospital São Camilo. O argumento do magistrado é de que o uso de métodos anticoncepcionais, “por mera busca de prazer sexual afrontam a moralidade cristã”. A informação é da jornalista Mônica Bergamo.

A Bancada Feminista do Psol afirma que a instituição em questão presta serviços ao SUS (Sistema Único de Saúde) e, portanto, deve estar subordinada às regras do direito público e não à religião.

A polêmica começou quando a produtora de conteúdo Leonor Macedo, de 41 anos, procurou a unidade hospitalar da Pompeia, na Zona Oeste de São Paulo, para implantar um DIU.

Contudo, a médica a informou que a rede São Camilo não realiza o procedimento por se tratar de uma instituição religiosa. “Fiquei em choque, imagina, nunca tinha passado pela minha cabeça que em 2024 isso poderia acontecer e que as coisas ainda eram tão atrasadas assim”, afirmou Leonor à Folha de SP.

Em nota, o hospital reforçou que “em todas as unidades a diretriz é não realizar procedimentos contraceptivos em homens ou mulheres, exceto em casos de risco à saúde”.

A paciente, por fim, informou que o hospital fez novo contato. Os responsáveis disseram que não colocam DIU nem fazem vasectomia. Também afirmam, em resumo, que o DIU, é “quase um aborto de um ser vivo”, e que o procedimento só é feito “em casos graves. Porém, não como método contraceptivo”.