Foto: Mídia NINJA

No último fim de semana da Bienal do Livro, Laurentino Gomes, Ligia Fonseca Ferreira e Cris Guterres debateram a história e memória da escravidão no Brasil. Laurentino, que escreveu 3 livros que retratam o período colonial no Brasil até a proclamação da República e já tem previsto um livro sobre a escravidão, falou que a herança desse período da escravização é o que ainda mantém, até hoje, o Brasil como um país é atrasado.

“O que trava nossa jornada em direção ao futuro é consequência direta da escravidão. Tem pobres brancos no Brasil? Sim, claro que tem, mas a imensa maioria das pessoas pobres no Brasil são afrodescendentes. O quanto o Brasil perdeu de capital humano porque recusa sistematicamente oportunidades para essas pessoas? O Brasil é um país pobre, basicamente, porque não fez uma segunda abolição”, diz o escritor e jornalista.

Ligia Fonseca Ferreira, que é professora e organizadora da obra “Lições de resistência — Artigos de Luiz Gama na imprensa de São Paulo e do Rio de Janeiro”, que fala sobre os trabalhos de Luis Gama, relembra do abolicionista que também era advogado, jornalista e não teve o devido registro de sua obra feito, bem como acaba sendo pouco lembrado por este feito. Ativista importantíssimo na luta pela abolição, Gama contribuiu também fortemente para a comunicação e retratos da época por meio da escrita. Gama era republicano e ressaltava a época ter “um sonho sublime” de um país “sem reis e sem escravos”. Lígia fala sobre um Luiz Gama mestre de narrativas:

Para complementar e ilustrar o que falava Gama, Cris Guterres, que mediava o debate, leu um trecho de uma carta de Luiz Gama: