Novos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram uma realidade preocupante para cerca de 7 milhões de mulheres brasileiras entre 15 e 29 anos em 2022: elas não estudaram nem trabalharam, sendo que o cuidado com parentes e as tarefas domésticas emergiram como motivos predominantes. Esse cenário representa 63,4% dos mais de 10,8 milhões de brasileiros nessa faixa etária que enfrentaram a mesma situação.

O trabalho “invisível”, caracterizado pelo cuidado não remunerado, abrange não apenas atividades domésticas, mas também a assistência e cuidado com idosos. Diante dessa realidade, um grupo composto por representantes de 17 ministérios está atualmente discutindo a implementação de um plano nacional que visa apoiar as mulheres impactadas por esse trabalho não remunerado, bem como aqueles que necessitam desses cuidados, como crianças, idosos e pessoas com deficiência.

A proposta, que está em fase de desenvolvimento, deve ser apresentada até maio de 2024 e abordará medidas relacionadas a serviços, tempo, recursos, benefícios, regulação e transformação cultural. A ausência de uma Política Nacional de Cuidado até o momento não impediu ações pontuais, como a retomada da construção de creches e a expansão das escolas em tempo integral.

A proposta também inclui estratégias econômicas, alinhadas à previsão da Organização Internacional do Trabalho, que estima a criação global de 300 milhões de empregos até 2035. A ONU Mulheres destaca que uma remuneração adequada para o trabalho de cuidado pode impactar até 39% do Produto Interno Bruto (PIB).

A primeira-dama, Janja, uma defensora ativa da igualdade de gênero, destaca que transformar o trabalho de cuidado em política pública é uma maneira eficaz de promover “avanços reais”. Ao fazer isso, ela acredita que é possível despertar a sociedade para uma “responsabilidade compartilhada” e contribuir significativamente para a busca da igualdade de gênero.

*Com informações do Brasil 247