Moradores se mobilizam para limpar áreas atingidas. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Dado o desmonte da estrutura de prevenção e cuidados com desastres promovido pelo governo Bolsonaro, agora o presidente Lula tem buscado diferentes fontes para atender aos atingidos pelas chuvas do litoral paulista. O Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, lamenta que o governo anterior desmontou toda a estrutura de prevenção e cuidados com desastres, “estava com orçamento quase zero”, e se compromete com a retomada da atuação dos órgãos federais. “Vamos precisar recuperar esse apoio que o governo federal sempre deu a estados e municípios”.

Até o momento foram confirmadas 44 mortes (43 em São Sebastião e uma em Ubatuba) e o número de desaparecidos estava em 49, de acordo com o Balanço do governo estadual.  O número de desalojados e desabrigados no litoral paulista não foi divulgado, mas, em todo o estado de São Paulo, o governo informou que há 1.730 desalojados (que precisaram deixar suas casas e foram para a residência de amigos ou parentes) e 766 desabrigados (que perderam as suas casas e não têm para onde ir) em decorrência das chuvas.

Além das verbas emergenciais para liberar estradas, montar hospitais de campanha, fazer missões de resgate de vítimas e retomar a normalidade nas áreas mais afetadas, os ministros também tem atuado em bloco para atender as vítimas.

O ministro do Desenvolvimento Social (MDS), Wellington Dias, afirmou nesta segunda-feira (20) que a pasta agilizará o pagamento do Bolsa Família para as vítimas dos temporais no litoral norte de São Paulo. Da mesma forma, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também determinou que a Receita Federal selecione produtos apreendidos em fiscalizações que possam ser doados para vítimas.

Já a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o governo federal vai liberar o saque de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em virtude da situação de calamidade decretada nos seis municípios paulistas mais atingidos pelas chuvas do fim de semana.

O Ministério da Saúde também enviou kits com medicamentos e outros insumos para a região. Os kits de apoio contêm 25 tipos de medicamentos e 13 diferentes insumos para populações em situação de emergência.

Em outra frente de trabalho, o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, colocou o órgão à disposição de todos os gestores da área de defesa civil para auxiliar na adoção das medidas necessárias para rápida resposta e auxílio aos atingidos.

Também foi confirmado hoje, 21, a construção de um hospital de campanha da Marinha, que passará a funcionar a partir de quinta-feira (23) para o atendimento às vítimas das fortes chuvas que atingiram o litoral norte do estado com até 300 leitos de enfermaria e 180 fuzileiros navais, especializados em ações de resgate e desobstrução, reforçam o trabalho da Defesa Civil.

Leia mais

Tragédia anunciada: Bolsonaro cortou quase toda verba para Defesa Civil e Combate a Prevenção de Desastres Naturais

Chuvas e deslizamentos no litoral norte de São Paulo causam 36 mortes