Altas de desmatamento na Amazônia são registradas mês a mês

Imagem de desmatamento em Novo Progresso (PA) (Foto de Vinicius Mendonça/Ibama)

No ano passado, na COP26, em Glasgow, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite tentou burlar a tradição do Brasil de divulgar os dados anuais de desmatamento durante as conferências do clima, o que vinha ocorrendo desde 2005. E tal qual em 2021, este ano o governo não deve divulgar o dado anual consolidado pelo sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas – que monitora o desmatamento com o uso de satélites. Ainda que ele já esteja pronto, como informa a Folha de São Paulo.

Segundo a reportagem, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) prevê divulgar o dado sobre o desmatamento no final do mês, a partir do dia 28, até no máximo 2 de dezembro.

O coordenador do Mapbiomas, Tasso Azevedo, ressaltou à reportagem que possivelmente os dados serão alarmantes, pois o sistema Deter, mês a mês durante este ano, tem registrado altas de desmatamento no bioma.

“O fato de não se publicar agora é sinal de que vem um número ruim”, avalia Azevedo.

E se nova alta for confirmada, a escalada deve ser histórica, pois será a primeira vez desde o início das medições (em 1988) que ocorrem quatro altas consecutivas na taxa de desmatamento da Amazônia.

Na sexta-feira (11), o Inpe divulgou o acumulado de alertas de desmatamento em outubro de 2022 na Amazônia Legal: foi de 904 km², um recorde para o mês na série histórica do Deter, que começou em 2015.

O secretário de Amazônia e serviços ambientais do Ministério do Meio Ambiente, Marcelo Freire, foi procurado pela reportagem e disse que não há nenhuma ingerência sobre o dado ou sua divulgação. Procurado por email, o MCTI não respondeu à reportagem que é parte do projeto Planeta em Transe é apoiado pela Open Society Foundations.