Foto: Divulgação

As Forças Armadas aprovaram a compra de mais de 35 mil comprimidos de viagra, como é popularmente conhecido o medicamento para tratamento de disfunção erétil. Os dados foram obtidos por meio do Portal da Transparência e do Painel de Preços do governo federal acessados pelo deputado Elias Vaz.

O parlamentar apresentou ao Ministério da Defesa um requerimento pedindo explicações sobre os processos de compra do medicamento.

“Precisamos entender por que o governo Bolsonaro está gastando dinheiro público para comprar Viagra e nessa quantidade tão alta”, disse o deputado conforme coluna de Bela Megale no Globo. “As unidades de saúde de todo o país enfrentam, com frequência, falta de medicamentos para atender pacientes com doenças crônicas, como insulina, e as Forças Armadas recebem milhares de comprimidos de Viagra. A sociedade merece uma explicação”.

Para o deputado federal Marcelo Freixo, a notícia “é um deboche com milhões de brasileiros que sofrem com a falta de medicamentos nos postos de saúde. O Ministério Público tem que investigar essa farra com o dinheiro público”.

“Depois de gastar milhões comprando leite condensado, filé mignon, salmão, picanha e até cerveja, as Forças Armadas encomendaram 35 mil comprimidos de Viagra”, lembrou o senador Humberto Costa. Ele se refere a outra denúncia feita pelo deputado Elias Vaz em relação à aprovação de compra de mais de 1 milhão de quilos de picanha, filé mignon e salmão entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2022, na gestão do ex-ministro da Defesa, Braga Netto. Os pregões somavam o valor de mais de R$ 56 milhões.

Para o viagra, conforme os dados obtidos, foram oito pregões realizados por unidades ligadas aos comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Os processos de compra foram homologados em 2020 e 2021 e seguem válidos neste ano. O maior volume dos comprimidos, 28.320 unidades do viagra, foram para a Marinha.

A Marinha e a Aeronáutica informaram que as licitações visam ao tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), “uma síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar”, ainda de acordo com coluna no Globo.