Em nota, partido repudia toda e qualquer forma de intolerância e intimidação política

Um vídeo mostra a fumaça preta e fogo em uma parede externa do diretório petista. Foto: Reprodução

Por Mauro Utida

O diretório municipal do PT (Partido dos Trabalhadores) em Goiânia amanheceu com a parede da sua fachada em chamas. A Polícia Civil de Goiás investiga o incêndio ocorrido na terça-feira (12) e a direção petista do município não descarta uma tentativa de provocação política.

O secretário de Finanças do PT de Goiânia, Nelson Galvão, revela que é a terceira vez que o prédio sofre tentativas de incêndio. Em outras duas ocasiões ficou configurada a atuação de criminosos. Laudo da perícia realizada no local deverá apontar as causas das chamas e será juntado ao inquérito.

Em nota publicada em rede social, a presidente do diretório municipal do PT, Neyde Aparecida, disse que “repudia toda e qualquer forma de intolerância e intimidação política, problema grave enfrentado em uma época em que o ódio tem deixado rastros de violência e morte”.

Um vídeo, gravado no momento em que o incêndio já estava mais fraco, mostra a fumaça preta e fogo em uma parede externa do diretório petista, no Setor Leste Universitário. Nas imagens, é possível ver sinais de fumaça perto do relógio de energia elétrica, que chegou a ser interrompida no prédio depois de fios serem atingidos pelas chamas. A internet também ficou suspensa. O diretório não tem câmeras de segurança para auxiliar a polícia na identificação dos possíveis autores.

Violência política

Em nota enviada pela assessoria de imprensa do PT, o partido destaca que nesta semana a presidenta Gleisi Hoffmann e dirigentes de seis partidos que compõem o Movimento Juntos pelo Brasil (PT, PSB, PV, PCdoB, PSOL, REDE e Solidariedade) protocolaram pessoalmente petições à Procuradoria Geral da República (PGR) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cobrando medidas efetivas para coibir a violência política e garantir eleições livres e pacíficas, além de denunciar o incentivo direto de Jair Bolsonaro aos atos de ódio.

“O PT tem denunciado sistematicamente o aumento da violência política da extrema direita contra a oposição no Brasil, da qual o mais recente e trágico episódio foi o assassinato do companheiro Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu no último domingo”, declarou.

O partido vem sendo orientado a não aceitar provocações e adotar medidas de cautela em relação à segurança pessoal e coletiva em todos os atos públicos do presidente Lula com a militância. “Em seus pronunciamentos, a presidente Gleisi Hoffmann e o presidente Lula têm afirmado que o Brasil precisa de paz e que nossa resposta à violência bolsonarista é aumentar cada vez mais as manifestações pacíficas da militância e dos eleitores”, informa.

Curso de autoproteção para militante

O caso do tesoureiro do PT Marcelo Arruda, que foi morto por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Foz do Iguaçu, no Paraná, acendeu o sinal de alerta na sigla, que vai oferecer a seus militantes uma oficina de autoproteção.

A oficina “Cultura de Paz e Autoproteção Militante” acontece nesta quinta-feira (14), às 19h, pela plataforma Zoom, para analisar a escalada da violência política.

De acordo com o PT, o intuito da oficina organizada pela legenda é “analisar o quadro atual e as ameaças contra a integridade da militância e dos atos de rua”. Ainda conforme a legenda, o encontro está sendo organizado pela Escola Nacional de Formação do partido, juntamente com a Secretaria Nacional de Formação Política petista e com a Secretaria Executiva dos Comitês Populares de Luta.

Ao anunciar o curso, o Partido dos Trabalhadores destacou que “todo esse cenário gera efeitos como medos, ansiedades, levando a um possível estado de paralisia.” “Compreender essa lógica de intimidação praticada pelo bolsonarismo é fundamental”, afirmou a legenda.