“A Invenção do Outro” venceu o prêmio de Melhor Filme. “Mato Seco em Chamas” também se destacou, ganhando em sete categorias

“A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge. Foto: Divulgação

Na noite do último domingo (20), foram entregues os prêmios do 55º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O protagonismo do audiovisual negro e periférico, e um olhar atento às narrativas originárias, deram o tom dos filmes premiados. O grande vencedor deste ano foi “A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge, que conquistou o prêmio de Melhor Filme na mostra principal.

O documentário acompanha a expedição humanitária na Amazônia em busca da etnia isolada dos Korubos, promovida pelo indigenista Bruno Pereira, assassinado ao lado do jornalista britânico Dom Phillips, em junho deste ano, durante viagem pelo Vale do Javari. A produção, que arrancou elogios em sua exibição no festival, também venceu nas categorias de Melhor Fotografia, Melhor Edição de Som e Melhor Montagem.

Outro grande destaque da premiação foi “Mato Seco em Chamas”, que levou sete Candangos: Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha sonora, Melhor Atriz (dividido entre as protagonistas Lea Alves e Joana Darc), Melhor Atriz Coadjuvante para Andreia Vieira, e Melhor Ator Coadjuvante para o coro de motoqueiros destacados no filme. Marcando o quinto filme da carreira de Adirley Queirós, a obra distópica explora os impactos da presença de movimentos extremistas em ambientes de periferia.

O filme também conquistou uma Menção Honrosa inclusa no Prêmio Zózimo Bulbul, e o Prêmio Abraccine de Melhor Longa-metragem, oferecido pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema.

“Rumo”, filme de Bruno Victor e Marcus Azevedo, ganhou o prêmio de Melhor Longa-metragem pelo Júri Popular. O filme trata da implementação da política de cotas raciais em universidades brasileiras a partir da experiência pioneira da Universidade de Brasília (UnB). A produção também conquistou o Prêmio Especial do Júri e o Prêmio Zózimo Bulbul de Melhor Longa-metragem.

Confira a lista completa de premiados:

Mostra Competitiva Nacional – Longas-metragens

Melhor Longa-metragem pelo Júri Oficial: “A Invenção do Outro” de Bruno Jorge

Melhor Longa-metragem pelo Júri Popular: “Rumo” de Bruno Victor e Marcus Azevedo

Melhor Direção: Adirley Queirós e Joana Pimenta por “Mato Seco em Chamas”

Melhor Atriz: Lea Alves e Joana Darc por “Mato Seco em Chamas”

Melhor Atriz Coadjuvante: Andreia Vieira por “Mato Seco em Chamas”

Melhor Ator: Carlos Francisco por “Canção ao Longe” de Clarissa Campolina

Melhor Ator Coadjuvante: Para o coro de motoqueiros de “Mato Seco em Chamas”

Melhor Roteiro: Adirley Queirós e Joana Pimenta por “Mato Seco em Chamas”

Melhor Fotografia: Bruno Jorge por “A Invenção do Outro”

Melhor Direção de Arte: Denise Vieira por “Mato Seco em Chamas”

Melhor Trilha Sonora: Muleka 100 Kalcinha por “Mato Seco em Chamas”

Melhor Edição de Som: Bruno Palazzo e Bruno Jorge por “A Invenção do Outro”

Melhor Montagem: Bruno Jorge por “A Invenção do Outro”

Prêmio Especial do Júri: “Rumo” de Bruno Victor e Marcus Azevedo

Mostra Competitiva Nacional – Curtas-metragens

Melhor Curta-Metragem pelo Júri Oficial: “Escasso”, de Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles

Melhor Curta-metragem pelo Júri Popular: “Calunga Maior” de Thiago Costa

Melhor Direção: Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles por “Escasso”

Melhor Atriz: Clara Anastácia em “Escasso” de Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles

Melhor Ator: Giovanni Venturini em “Big Bang” de Carlos Segundo

Melhor Roteiro: Rogério Borges por “Lugar de Ladson” de Rogério Borges

Melhor Fotografia: Yuji Kodato por “Lugar de Ladson” de Rogério Borges

Melhor Direção de Arte: Joana Claude por “Capuchinhos” de Victor Laet

Melhor Trilha Sonora: Podeserdesligado em “Calunga Maior” de Thiago Costa

Melhor Edição de Som: Som de Black Maria (Isadora Maria Torres e Léo Bortolin) por “Lugar de Ladson” de Rogério Borges

Melhor Montagem: Edson Lemos Akatoy por “Calunga Maior” de Thiago Costa e “Nem o mar tem tanta água” de Mayara Valentim

Melhor filme de Temática Afirmativa: “Ave Maria” de Pê Moreira

Mostra Brasília – Prêmios do Júri Oficial; 24º Troféu Câmara Legislativa

“O Pastor e o Guerrilheiro” de José Eduardo Belmonte
– Melhor longa-metragem (prêmio de R$100.000,00)

“Levante pela Terra” de Marcelo Costa (Cuhexê Krahô)
– Melhor curta-metragem (prêmio de R$30.000,00)

Thiago Foresti, por “Manual da Pós-verdade”
– Melhor direção (prêmio de R$12.000,00)

Wellington Abreu, por “Manual da Pós-verdade”
– Melhor ator (prêmio de R$6.000,00)

Issamar Meguerditchian, por “Desamor”
– Melhor atriz (prêmio de R$6.000,00)

Juliana Corso, por “Virada de Jogo”
– Melhor roteiro (prêmio de R$6.000,00)

Elder Miranda Jr. por “Manual da Pós-verdade”
– Melhor fotografia (prêmio de R$6.000,00)

Augusto Borges, Nathalya Brum e Douglas Queiroz, por “Plutão não é tão longe daqui”
– Melhor montagem (prêmio de R$6.000,00)

Nadine Diel, por “Manual da Pós-verdade”
– Melhor direção de arte (prêmio de R$6.000,00)

Olivia Hernández, por “O Pastor e o Guerrilheiro”
– Melhor edição de som (prêmio de R$6.000,00)

Sascha Kratzer, por “Capitão Astúcia”
– Melhor trilha sonora (prêmio de R$6.000,00)

Mostra Brasília – Prêmios do Júri Popular; 24º Troféu Câmara Legislativa

“Capitão Astúcia”, do diretor Filipe Gontijo
– Melhor longa-metragem (prêmio de R$ 40.000,00)

“Desamor”, do diretor Herlon Kremer
– Melhor curta-metragem (prêmio de R$ 10.000,00)

Mostra Brasília – Menções Honrosas do Júri Oficial

À Ivan Presença e Chiquinho da UnB, personagens do longa “Profissão Livreiro”, de Pedro Lacerda

Ao curta-metragem Super-heróis

Prêmios Especiais

Prêmio Zózimo Bulbul

“Rumo” de Bruno Victor e Marcus Azevedo
– Melhor longa-metragem

“Calunga Maior” de Thiago Costa
– Melhor curta-metragem

Menção honrosa a “Mato Seco em Chamas” de Adirley Queirós e Joana Pimenta

Prêmio Marco Antônio Guimarães

“Diálogos com Ruth de Souza” de Juliana Vicente

Prêmio Canal Brasil de Curtas

“Nossos passos seguirão os seus…” de Uilton Oliveira

Prêmio Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)

“Mato Seco em Chamas” de Adirley Queirós e Joana Pimenta
– Melhor longa-metragem

“Calunga Maior” de Thiago Costa
– Melhor curta-metragem

Troféu Saruê

À memória do indigenista Bruno Pereira, documentado em “A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge