O evento é gratuito e vai de 18 a 22 de outubro, no Distrito Federal. Além dos filmes, crianças, jovens e educadores vão participar de oficinas que incentivam autoestima e diversidade de representações.

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Uma das cidades mais negras do Distrito Federal, São Sebastião, sediará a primeira edição do “Festival Internacional Kilombinho – audiovisual negro com criança, crias e comunidades”. De 18 a 22 de outubro, uma programação recheada de filmes e oficinas vai ocupar diferentes espaços da comunidade e atrair crianças, jovens, famílias e educadores. As atividades serão realizadas no Instituto Federal de Brasília (IFB), no Instituto Cultural Congo Nya, na praça do Skatepark e em três escolas.

O festival conta com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal e terá como público principal estudantes e educadores de escolas já credenciadas. Nos dias 18 (terça-feira) e 22 de outubro (sábado), a programação estará aberta ao público em geral.

Na abertura do evento, no dia 18 (terça-feira), 14h, será exibido o curta-metragem paraibano “Tesouro Quilombola”, que conta a história das crianças do Quilombo Gurugi-Ipiranga/PB. Em seguida acontece a oficina “Experiência Semente: O audiovisual no chão da escola de forma divertida, criativa e humanizada”, mediada pelos realizadores e educadores Ana Bárbara e Felipe Barquete, da Escola Semente Audiovisual, da Paraíba.

O encerramento do Festival Kilombinho no dia 22 (sábado), 17h, na praça do Skatepark, terá a exibição de três filmes. São eles “Bia Desenha”, de Neco Pacheco (PE), “5 fitas”, de Vilma Martins e Heraldo de Deus (BA), “Kojo”, de Michel Fequiere (EUA), e “Mutirão”, de Lincoln Péricles (SP).

5 fitas – Foto: Vanessa Aragão

“Esta primeira edição do Kilombinho nasce com o objetivo de criar mais espaços de diálogo e práticas que relacionem audiovisual negro e educação, com foco nesses espectadores que estão nas fases de formação de suas autoimagens e ao professorado que convive e troca diariamente com esse público nas escolas”, destaca uma das diretoras do festival, a cineasta e pesquisadora Melina Bomfim. “O festival é pautado na re-imaginação de futuros, com provocações críticas e lúdicas em seu desenho, acreditando na veiculação de imagens atentas aos seus territórios e à fabulação de narrativas do dia-a-dia, entre sonhos e desejos de crianças e juventudes negras.”

Oficinas

A programação do Festival Kilombinho é composta por filmes de curta-metragem nacionais e internacionais em formatos distintos, como documentários, ficções, filmes híbridos e capítulos de séries, além de animações produzidas por realizadores negres de países como Jamaica, Haiti, Estados Unidos e Brasil.

Também serão realizadas outras quatro oficinas, além da Experiência Semente: “Brincar com imagens e sons – Vivência com audiovisual para crianças”, conduzida por Ana Bárbara e Felipe Barquete, “O corpo dança sua mente – como atuar percebendo o caminho entre arte e vida”, conduzida por Glau Soares, “Exercício do Olhar: Linguagem Audiovisual”, conduzida por Larissa Fulana de Tal, e “Do Papel Pra Cena, Da Cena Pra Tela”, conduzida pelos Irmãos Carvalho.

No dia 21, no Instituto Congo Nya, ainda acontecerá papo em roda com o tema “Práticas do audiovisual negro em e entre quebradas”. Esse encontro propõe uma conversa sobre audiovisual negro em e entre distintos territórios brasileiros. Participam da roda Larissa Fulana de Tal (Salvador/BA), Marcos e Eduardo Carvalho – os Irmãos Carvalho (Morro do Salgueiro/RJ), Suéllen Batista (Ceilândia/DF) e Thacle de Souza (Cachoeira/BA).

Larissa Fulana de Tal é diretora de Criação da produtora Olhos Abertos Audiovisual, graduada em Cinema e Audiovisual na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e integrante da Associação de Profissionais Negros do Audiovisual (APAN). Os Irmãos Carvalho são do Morro do Salgueiro no Rio de Janeiro e atualmente fazem parte da equipe de autores de na Rede Globo, onde desenvolvem projetos de novelas.

Além de Melina Bomfim, dirigem o Festival Kilombinho o professor e ator Victor Hugo Leite (vhfro) e a produtora executiva Bethania Maia. A curadoria de filmes é composta pela professora doutora Edileuza Penha, a roteirista Kariny Martins e o animador Adriano Cipriano. Todes integrantes da Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro – APAN.