Após sofrer duras críticas quanto ao desempenho nas ações em Roraima, o Exército estuda enviar cerca de 3 mil soldados para a Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A medida representa um aumento de quase 10% no contingente militar da região. A decisão surge em resposta à intensificação da crise humanitária dos yanomamis, causada pelo domínio de garimpeiros e crime organizado na região de difícil acesso. A presença desses garimpeiros tem impactado negativamente o acesso a alimentos, desencadeando surtos de malária e agravando a desnutrição entre a população indígena.

A proposta do Exército inclui não apenas o aumento de efetivo, mas também a instalação de dois destacamentos na Amazônia, nos leitos dos rios Uraricoera e Mucajaí. Esses destacamentos, semelhantes a pelotões menores, terão como missão específica combater o garimpo ilegal na região.

Além disso, o Exército planeja aumentar a frota de helicópteros para uso na Amazônia, embora enfrentem desafios orçamentários para concretizar essa expansão.

O plano elaborado pelo Exército foi apresentado ao Ministério da Defesa, que por sua vez recebeu contribuições da Aeronáutica e da Marinha. O documento foi encaminhado à Casa Civil, que busca propostas de ação permanente no território indígena antes do Carnaval.

A crise yanomami tornou-se uma preocupação prioritária do governo, que iniciou um plano de desintrusão na Terra Indígena Yanomami no início de 2023. A medida inclui a retirada de garimpeiros e o controle do espaço aéreo para evitar sobrevoo de aeronaves não autorizadas.