Alexandre Padilha, Arthur Chioro e Humberto Costa, ex-ministros da Saúde do Brasil, denunciaram Jair Bolsonaro ao Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, por violar o direito humano à saúde e à vida e de potencial genocídio por não cumprir as recomendações de autoridades sanitárias e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a pandemia de Covid-19.

Recenteme, Humberto Costa e Alexandre Padilha se manifestaram sobre a promessa feita pelo ministro da Saúde, Nelson Teich, de adquirir 46 milhões de testes para o novo coronavírus. Ambos consideram que a ausência de planejamento e de orçamento por parte do governo Bolsonaro tornam a promessa, feita no início da semana, uma “ilusão”, tornando o fato impossível de ser cumprido.

A ampliação dos testes para coronavírus é uma orientação global da Organização Mundial de Saúde (OMS). O Brasil, porém, é o país que menos testagens realiza entre os 15 com maior número de casos – segundo a fundação Johns Hopkins, referência mundial para informações sobre a epidemia, estamos em 11º em número de casos, apesar da subnotificação admitida pelo próprio governo.

Desde o início da pandemia, segundo Padilha, o país não conseguiu completar 300 mil testes. A meta anterior, da gestão de Luiz Henrique Mandetta, também sem prazo para ser alcançada, era de 24 milhões de testes. E até a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), um dos principais centros de excelência em pesquisa do setor, prevê conseguir disponibilizar 11 milhões de testes de coronavírus somente em setembro.

No mês passado, sete ex-ministros da Saúde do Brasil divulgaram uma nota de repúdio a um pronunciamento feito pelo presidente Jair Bolsonaro em cadeia nacional de rádio e TV, onde críticaram as posições assumidas pelo presidente, que defendeu a interrupção das medidas de isolamento social decretas por governadores e prefeitos como forma de tentar conter o avanço do contágio pelo novo coronavírus.