O machismo e autoritarismo na Assembleia Legislativa de São Paulo ataca novamente. O deputado Wellington Moura (Republicanos) atacou e tentou silenciar a deputada Mônica Seixas durante a sessão desta quarta-feira, 18. Em suas redes  sociais a parlamentar relatou o ocorrido. “Depois de tentar me calar e pedir pra me retirarem do plenário, disse agora há pouco que vai colocar um cabresto em mim”. Mônica publicou trecho de vídeo que mostra Moura usando palavras inapropriadas para se referir à deputada.

“Em mais um episódio de machismo, racismo, capacitismo e covardia desses falsos representantes do povo, fui novamente agredida na tentativa de não deixarem eu exercer um mandato parlamentar”, continuou Monica, que é mais uma das mulheres vítimas da violência de gênero na política.

Não é a primeira vez que a deputada sofre ataques na Casa. Na última terça-feira, o deputado Gilmaci Santos também do Republicanos, a chamou de louca e chegou a colocar o dedo no nariz dela. Monica diz que vai denunciar Gilmaci à Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) por agressão. A equipe da parlamentar afirmou que também será registrado um boletim de ocorrência sobre o caso.

“O Gilmaci se colocou na minha frente e começou a me chamar de louca com o dedo em riste, apontado para mim. Eu mandei ele abaixar o dedo, e ele tocou com o dedo no meu nariz”, relata a parlamentar que no ano passado ficou afastada por 120 dias da Alesp para cuidar de sua saúde mental. “Meu adoecimento é político”, disse ela à Folha, em sua primeira entrevista após retornar à Assembleia.

A casa legislativa tem vivenciado dezenas de ataques às parlamentares eleitas que sofrem diariamente com machismo, transfobia e até assédio. Como no caso da deputada Isa Penna, assediada em plenário pelo deputado Fernando Cury, hoje réu por importunação sexual. Outra situação recente é a de Arthur do Val, que teve seu mandato cassado depois de circular um áudio machista no qual atacava as mulheres refugiadas da guerra da Ucrânia.

Monica reiterou em plenário que o momento ao qual Moura se referia ao atacar a deputada era justamente uma denúncia que a parlamentar fazia. “Estava acontecendo um ato de transfobia e fala fora do tema, motivo pelo qual os senhores me perseguiram hoje – ou tentaram. Eu pedi uma questão de ordem e é regimental, o trabalho do presidente é colocar ordem. Se o senhor faz vistas grossas a crime, eu não sou obrigada”. Seixas finaliza reforçando seu espaço de fala e legitimidade. “Não passarão e não vão calar a minha voz porque eu fui eleita.