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A ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis) se uniu com epidemiologistas, matemáticos e estatísticos para criar um modelo epidemiológico pioneiro que mostra que cerca de 100.000 pessoas poderiam morrer de Covid-19 nos Estados Unidos – o dobro da estimativa do governo Trump – se continuarmos ignorando as pessoas encarceradas.

A ACLU conduziu o estudo em conjunto com pesquisadores da Universidade Estadual de Washington, da Universidade da Pensilvânia e da Universidade do Tennessee. Na pesquisa, afirma-se que a disseminação do novo coronavírus nas prisões foi “bem documentada” e levou a medidas de emergência, como bloqueios obrigatórios e um movimento mais amplo para liberar segmentos da população prisional, ajudando a conter a taxa de infecção do vírus. De acordo com o estudo, no entanto, as ações existentes não são suficientes.

A solução proposta pela ACLU e seus parceiros de pesquisa é radical e totalmente pragmática: uma combinação da libertação contínua de prisioneiros encarcerados por violações de baixo nível ou técnicas e uma redução nas prisões gerais nas mesmas linhas. De acordo com o estudo:

“Se tomarmos medidas para reduzir as detenções em 50%, poderemos salvar 12.000 vidas em prisões e 47.000 vidas nas comunidades vizinhas. Se pararmos as detenções por qualquer coisa, menos os 5% dos crimes definidos como mais graves pelo FBI – incluindo assassinato, estupro e agressão agravada – e conseguirmos dobrar a taxa de libertação dos que já estão detidos, podemos salvar 23.000 vidas em prisões e 76.000 vidas nas comunidades próximas a elas.”

Como também observa o estudo, lidar com a disseminação do coronavírus no sistema prisional ajudará amplamente a população negra, que estão encarceradas em taxas dramaticamente mais altas do que as brancas, e para quem o vírus demonstrou ter maiores taxas de infecção e morte.

Fonte: Mic + aclu.org