Foto: Prachatai

O Imperial College de Londres fez uma análise entre 48 países, o Brasil tem a maior taxa de contágio por coronavírus de todos. O indicador mostra quantas pessoas infectadas transmitem a doença – quanto mais alto, maior é a velocidade de transmissão, o que significa uma maior chance de sobrecarga no sistema de saúde. O estudo é assinado por 47 pesquisadores do centro de doenças infecciosas da universidade (MRC), um dos mais respeitados do mundo na análise de epidemias.

O R0, nome do indicador do estudo, do Brasil no início dessa semana, 26, era de 2,81 – ou seja, cada infectado transmite a doença para quase 3 pessoas.

Diversos países do mundo vem considerando que as restrições de isolamento só podem ser mudadas sem risco para o sistema de saúde quando o número do R0 for menor que 1. A Alemanha, por exemplo, está com R0 variando entre 0,65 e 1,14.

A tendência de contágio é estimada a partir dos países que tiveram pelo menos cem mortes desde o começo da pandemia e mínimo de dez mortes em cada uma das duas semanas anteriores. O Brasil faz parte dos 9 países em que a infecção por coronavírus está em ascendência e ao lado dos Estados Unidos, é um dos países com previsão de mais de 5 mil mortes na próxima semana. Em 4 dos 48 países a tendência está caindo e em 12 países é incerta, segundo o estudo.

Já o cálculo que estima quantas mortes acontecerão na semana seguinte, o critério é o baseado no número de mortos reportados – e não de confirmados, por conta da dificuldade de testagem em alguns países. Nesse caso, o Brasil é, ao lado dos EUA está na categoria “muito alto”, acima de 5.000. Há 10 países na categoria “alto” (de 1.000 a 5.000), e 14 na “relativamente alto” (de 100 a 1.000). 22 países estão na categoria muito baixo, com menos de 100 mortes na próxima semana.

O estudo também avalia a contabilidade dos países e compara o número de mortes divulgadas com o número de casos informados, verificando a proporção entre eles. Baseado nesses parâmetros, o número de casos confirmados no Brasil é de 10,4% da quantidade efetiva, o sexto menor dos 48 países.