Segundo o Instituto Escolhas, o resultado é bastante significativo para a Amazônia Legal

Na atualidade o governo Lula vem afirmando que o cuidado com o meio ambiente é indissociável da luta contra a pobreza (Agência Brasil)

 

Em que medida a redução do número de pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza e do aumento de postos no mercado formal de trabalho pode colaborar com o fim do desmatamento no Brasil? Esta é a pergunta respondida pelo estudo “O combate à pobreza pode contribuir para o fim do desmatamento no Brasil?”, do Instituto Escolhas.

Os resultados do estudo, com base em dados do período de 2012 a 2019, mostram que a redução de 1% no índice da população em situação de extre­ma pobreza, com renda familiar mensal inferior a R$ 70 por pessoa, está associada à redução de 42,7 mil hectares no desmatamento total do país.

Segundo o Instituto, o resultado é bastante significativo para a Amazônia Legal, que acumulou 52% do desmatamento em todo o país no período analisado (2012-2019), e Região Norte, onde o índice de emprego não atingiu nem 10% da população e o de pobreza chegou a 30% no período analisado.

Ao olhar para a Amazônia Legal, o estudo revela que a redução em 1% no índice de pessoas em situação de extrema pobreza tem o potencial de reduzir o desmatamento naquela região em cerca de 27 mil hectares. Enquanto isso, o aumento de 1% em empregos formais em todos os municípios da região, equivalente a 42 mil pessoas com emprego formal, pode diminuir o desmatamento em 67,2 mil hectares, uma área maior do que o município de Florianópolis.

Na atualidade, o governo Lula vem afirmando que o cuidado com o meio ambiente é indissociável da luta contra a pobreza e o Escolhas reafirma a importância de unir as duas frentes.

Segundo a coordenadora da pesquisa, Jaqueline Ferreira, “os dados confirmam a urgência de incluir o combate à pobreza e a geração de empregos formais no rol de estratégias prioritárias para manter a floresta em pé, junto a políticas de controle do desma­tamento e responsabilização daqueles que lucram com a atividade”.

Ela destaca que “são os indivíduos em situação de vulnerabilidade os que mais sofrem com o desmatamento, seja porque são eles que ocupam os postos de trabalho precários e de baixa remuneração na cadeia do desmatamento ou porque são atingidos com maior intensidade pelos impactos da crise climática – como secas, chuvas intensas, alagamentos e aumento do preço dos alimentos”.

Acesse o estudo, clicando aqui.