Foto: Agência Brasil
Em meio a uma intensa mobilização para o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), milhares de estudantes começaram a se inscrever no começo desta semana para não perderem suas vagas. Entretanto, inúmeros discentes não conseguiram finalizar sua inscrição por problemas variados. Essas complicações vão de data de nascimento ao registro do boleto de pagamento do exame na plataforma do INEP.
A solução que foi passada aos inscritos foi de que entrasse em contato com o 0800 do INEP e o autoatendimento na página do MEC. ”Fui procurar saber se eu era o único, e não era”, disse o estudante Fábio Vila, de 17 anos, que está em seu primeiro ano de cursinho fora do ensino médio, que vive em Natal. O jovem relata que descobriu por meio do twitter outros inscritos no exame que, assim como ele, não haviam recebido o boleto e estavam ansiosos, pois temiam que sua inscrição não constasse no sistema por erro do INEP.
“Tentamos contatar o INEP, o presidente do INEP, o ministro da Educação e ninguém nos deu ouvidos”, disse. “Estou tendo crises de ansiedade e não consigo focar nos estudos por estar com medo de não receber o boleto e perder o ano letivo, e esse medo aumenta ainda mais quando esses que citei antes me ignoram. Não nos trazem respostas”.
Fábio conta que já enviou duas solicitações formais através do site. Em resposta, o INEP orientou contatar o 0800 616161, mas por lá também não houve retorno.
A estudante Giovana Nascimento, de 18 anos, estudante do terceiro ano do ensino médio de Carpina em Pernambuco, criou uma página no Instagram (@cadeobeto) para que os inscritos pudessem buscar respostas a dúvidas semelhantes. O nome da página faz menção ao personagem representado pelo boleto. Os estudantes também criaram um grupo no WhatsApp com mais de 240 participantes até agora para se manterem informados sobre denúncias e possíveis soluções.
“Seguimos sem uma resposta do INEP. Estou recebendo cerca de cinquenta mensagens por hora de alunos com o mesmo problema”, relata Giovana.
Deve-se lembrar que não é a primeira vez que falhas como estas atingem os vestibulandos de todo o país. No ano de 2019,aproximadamente seis mil estudantes foram afetados, sendo considerado um dos processos mais graves pelo Inep. Esse erro se deu pela correção incorreta da prova. Candidatos que fizeram a prova de determinada cor tiveram o gabarito corrigido por uma diferente cor.
A correção afetava diretamente a nota de corte do Sistema de Seleção Unificada (SISU), fazendo com que muitos estudantes perdessem o seu sonho de entrar para uma universidade.