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Na manhã desta quarta-feira (12), estudantes e representantes de entidades docentes ocuparam a reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG) em protesto contra a interferência do presidente Jair Bolsonaro na eleição institucional da instituição de ensino, no campus Samambaia, em Goiânia.

Na terça-feira (11), Angelita Lima, a terceira indicada da lista tríplice preparada pelo Conselho Universitário da UFG, foi nomeada para assumir a reitoria da universidade. A vencedora do pleito, no entanto, foi a professora Sandramara Matias Chaves. Para a coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFG, Letícia Scalabrini, a interferência foi um golpe à democracia, já que o Ministério da Educação não respeitou os votos de servidores, professores e estudantes, conforme disse ao jornal Mais Goiás.

No mesmo veículo, a professora eleita Sandramara disse lamentar a interferência do governo federal. “É revoltante, porque é um ato deste governo que desrespeita a UFG, a comunidade acadêmica e o conselho universitário”. Para Fabrício Rosa, que compõe a gestão da APG (Associação de Pós-Graduandos) da universidade, “Bolsonaro age assim porque queria nomear  um reitor bolsonarista. Na impossibilidade disso, ele tenta, ao nomear a terceira indicada, incentivar sua renúncia para que possa nomear um interventor alnhado com a sua política antieducação”, escreveu em publicação nas suas redes.

Em nota, os estudantes que ocuparam a reitoria da UFG afirmam que as manifestações não são uma oposição à professora Angelita. “Todavia, não deixaremos de cobrar que a autonomia universitária seja respeitada e que a decisão da comunidade acadêmica em eleger a professora Sandramaria Matias Chaves para a reitoria da universidade seja oficializada através de sua nomeação”. O movimento exige ainda o fim da lista tr’plice, herança de intervenções nas universidades do período ditatorial.