O webprograma Narrativas de Brasis é um desdobramento do livro Tropifagia: comendo o país tropical (Edufba, 2020, 337p.) e está no ar na TV Ninja – no Youtube

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O sétimo episódio da série Narrativas de Brasis apresenta o universo das emoções, da arte, e da plástica sonora de Walter Smetak. Mediado por Thiago Pondé e Aline Carvalho, Estética e Plástica Sonora adentra o complexo universo das emoções – com as falas de Ana Thomaz -, e da criação artística com as performers Letrux, Dai Ramos e Illa Benício. Nesse episódio, o escritor & Migracielo lança o livro “O enxerto do takaká e outros textos” (Edufba e Outrem Editorial, 2019), do projeto Desengavetando Smetak; e a canção Tempo Rei de Gilberto Gil é executada pelo projeto Atuar Música, com Thiago Pondé e João Weber.

Ana Thomaz, educadora, que hoje reside em Piracaia, São Paulo, fala sobre o intrincado processo da emoção e como vivencia a complexidade e o alinhamento entre sentir, pensar e agir. A partir da conexão entre cérebro, coração e útero, Ana explicita como nós, seres humanos, podemos potencializar os processos emocionais e como eles são fundamentais para uma ação urgente. Reagir à raiva, por exemplo, ou às emoções em geral, não é o mais indicado de acordo com a educadora, já que todas as emoções são passageiras. É depois de sentir, e deixar as emoções fluírem até se findarem, que geralmente as ações mais urgentes são encaminhadas com maior clareza.

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A performer e cantora Letrux fala sobre a importância de se posicionar politicamente enquanto artista, declara seu repúdio ao atual governo brasileiro, e conta sobre como desenvolveu sua sensibilidade artística desde cedo em casa. O fato de se posicionar, diz Letrux, acaba colocando-a às vezes como uma “artista de risco” – para possíveis financiadores de seus trabalhos. Nesse sentido, a cantora conta que, em uma ocasião, perdeu um patrocínio para a gravação do DVD Climão, seu disco de maior sucesso. Letrux afirma ainda que isso foi imprescindível para que ela percebesse que esse acontecimento não a faria mudar o fato de se posicionar em sua trajetória, sobretudo no atual momento do país (e que todos os artistas deveriam fazê-lo).

Illa Benício fala sobre suas composições e como algumas delas se dão de modo mais intuitivo ou inspirada em sonhos. Illa é uma cantora, compositora e percussionista baiana que reside em São Paulo há alguns anos. A artista fala também sobre a metodologia intuitiva que aplicou em uma oficina de percussão no Teatro Castro Alves (TCA), dentro do projeto Curto Circuito Sonoro, e como essa metodologia surtiu efeitos para além da musicalidade e do desenvolvimento da técnica. Suas canções “E o que virá” e “Nove canções” são a trilha sonora do episódio Estética e Plástica Sonora.

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Dai Ramos, performer, conta acerca do processo criativo de Elekô, experiência audiovisual ritualística com cinco mulheres negras, o imbricamento da espiritualidade em suas obras, a maneira como enxerga o sensível na criação artística, e a dissociação que observa entre a arte e a sua função pedagógica e social. Hoje em dia a artista desenvolve uma pesquisa acadêmica acerca da experiência audiovisual de Elekô. A obra  está disponível no Youtube.

Migracielo, escritor, apresenta o livro “o enxerto do takaká e outros textos”, que organizou com escritos de Smetak, parte do projeto Desengavetando Smetak, e conta como a ideia teve início. Em contato com os filhos de Smetak, e com o estímulo inicial do músico Tuzé de Abreu, Migracielo reuniu textos ainda inéditos do artista, e em sua participação no episódio relata o ofício de luthier desenvolvido pelo suíco radicado na Bahia, além de sua atuação como músico.

As convidadas e o convidado respondem no fim do episódio à provocação central do programa: O que é o Brasil pra você?.

Esse é um episódio da Temporada Bahia do Narrativas de Brasis.

Para saber mais sobre o Narrativas de Brasis siga @tropifagia no Instagram.