“A nossa luta é exatamente isso, ocupar o espaço, não fora do Congresso, mas dentro do Congresso.” Maial Kaiapó fala da importância do espaço político ter a cara do Brasil, indígena, quilombola e ribeirinho
Foto: Sandro Moraes | Studio Bird
“A minha vida sempre foi no movimento indígena, na luta junto com meu povo”. Maial Caiapó é filha de Paulinho Paiakan, liderança histórica da luta por direitos fundamentais na Constituição Federal de 1988, e sobrinha de Tuíre Kayapó, conhecida por colocar um facão no rosto do presidente da Eletronorte durante discussão de hidrelétrica hoje conhecida como Belo Monte. A luta de Maial vem de exemplos de resistência desde cedo, e os tem como referência, principalmente as mulheres de sua família.
Ela foi a primeira de seu povo a se formar em uma universidade, é advogada e atuou em órgãos públicos como a Funai (Fundação Nacional do Índio) e Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), onde pode aprender o contexto macro em relação aos direitos indígenas e ambientais, como cita. Maial aponta vários projetos de lei que precisam ser barrados no Congresso Nacional na defesa do meio ambiente, e também fomentar apoio às organizações de base para atuar com sustentabilidade. “Eu acredito que o primeiro passo par uma nova política, é o fato que a gente está vivendo agora, de várias candidaturas indígenas, principalmente de mulheres indígenas. Então isso já é um grande passo e uma ousadia.”
A partir disso, ela iniciou sua trajetória tanto dentro do território indígena quanto fora dele. Maial aponta que a defesa dos direitos indígenas é também a defesa do meio ambiente, do território, do rio, e que fazer essa defesa não é somente para os povos indígenas, mas para todos e todas. “Estamos numa renovação política, e principalmente uma renovação política com povos indígenas e em especial mulheres indígenas na luta pra poder ocupar esses espaços de poder que por muito tempo foi negado”.
“Acredito que o principal ponto em relação à pauta da campanha é o meio ambiente, porque defendendo o meio ambiente, a gente tá defendendo a terra, a nossa cultura, a nossa sobrevivência, a nossa forma de vida e a nossa sociedade.”
Campanha de Mulher
Esta entrevista faz parte da Campanha de Mulher, projeto autônomo de visibilidade para candidaturas feministas da ELLA – Rede Internacional de Feminismos.
A Campanha de Mulher é um trabalho informativo voltado ao interesse público, não configurando assim uma propaganda eleitoral. Reafirmamos nosso comprometimento com a defesa da democracia e com as pautas defendidas pelas candidaturas progressistas.
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