
Foto: Mídia NINJA
Na tarde de hoje, Jean Wyllys em entrevista ao jornal Folha de São Paulo contou que não irá assumir seu terceiro mandato como Deputado Federal e que vai deixar o país por conta de ameaças de morte que vem sofrendo ao longo dos anos. Jean disse em seu Twitter: “Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios!”
Companheiros de partido, amigos, jornalistas, políticos se manifestaram sobre o caso, com mensagens de apoio e de repúdio ao motivo que leva Jean a deixar o país: a insegurança que sofre com um Congresso Nacional conservador que apóia e legitima as ameaças e os discursos de ódio. Jean foi vítima de mentiras e difamações durante sua vida política e sofreu diversas ameaças de morte.
O Brasil perde muito sem Jean Wyllys exercendo o mandato que recebeu da população fluminense. Ele defende como ninguém causas libertárias, é absolutamente ético e verdadeiro nas suas convicções. Parlamentar raro, portanto. pic.twitter.com/lB5Qhhq3Ec
— Chico Alencar (@depChicoAlencar) January 24, 2019
Jean Wyllys é nosso deputado, é de luta e do Psol.
Respeito a decisão e entendo seu sofrimento. Sua renúncia nos traz dor mas também solidariedade.
Os fake news, que embalaram a campanha de Bolsonaro, foram utilizados largamente contra sua honra e dignidade.@jeanwyllys_real
— Ivan Valente (@IvanValente) January 24, 2019
Mataram Marielle
Tentaram matar Martha Rocha
Planejaram matar Freixo
Ameaçaram matar Jean
A política do Rio de Janeiro inventou as milícias e foi o berço do extremismo que cresce nacionalmente. Torço para que o resto do Brasil não mergulhe no abismo em que nós fluminenses caímos.— Maurício Santoro (@msantoro1978) January 24, 2019
Chico Mendes sofreu deboche e foi assassinado. Marielle também. É lamentável que o deputado Jean Wyllys tenha que abrir mão do seu mandato por sofrer ameaça de morte. Independente de divergências políticas, a gravidade desse fato exige que a vida de quem é ameaçado seja protegida
— Marina Silva (@MarinaSilva) January 24, 2019
Vergonha, raiva … to morrendo por dentro . Não achei que em 2019 estaríamos exilando gays e exaltando milicianos …. q vergonha do meu país q vergonha … podem comentar minios “chora” “o choro é livre” “ chora mais” por que é de chorar mesmo
— Marcelo D2 (@Marcelodedois) January 24, 2019
Triste dia 👎🏽
— Marcelo Adnet (@MarceloAdnet) January 24, 2019
Pouco tempo depois da divulgação da entrevista, Jair Bolsonaro deu uma série de tweets em tom celebratório e foi respondido e rechaçado. Depois tentou se justificar dizendo que estava comemorando o resultado de sua participação em Davos.
Que o mundo inteiro veja que o corajoso que faltou a coletiva de imprensa – apesar de ter viajado com dinheiro público – para não falar sobre seu “garoto” e seus graves problemas, comemora o fato de um deputado eleito anunciar q deixou o Brasil pelo conjunto de ameaças de MORTE. pic.twitter.com/vTyhwNZG2L
— Manuela (@ManuelaDavila) January 24, 2019
Respeite o Jean, Jair, e segura sua empolgação. Sai um LGBT mas entra outro, e que vem do Jacarezinho. Outro que em 2 anos aprovou mais projetos que você em 28. Nos vemos em Brasília.
— David Miranda (@davidmirandario) January 24, 2019
Que tal você começar a se comportar como presidente da República e parar de agir como um moleque? Tenha postura.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) January 24, 2019
O fato de não ter escrito nada em solidariedade nem cobrado uma investigação ou pedido justiça diante das ameaças sofridas por Jean também foi lembrado:
O que diferencia os grandes dos pequenos: no dia em que @jairbolsonaro sofreu uma facada Jean Wyllys prestou solidariedade. Minutos depois de Wyllys informar que deixará o mandato e sairá do país por questão de segurança foi ironizado pelo presidente no Twitter. https://t.co/YJBcxfaQgI
— George Marques (@GeorgMarques) January 24, 2019
Em um país decente, se um deputado federal abre mão de seu mandato por conta das ameças que sofre anos a fio e decide ir morar no exterior, o presidente da República, respeitando os poderes e a democracia, deveria telefonar para solidarizar-se e oferecer apoio.
Mas não é o caso.
— William De Lucca (@delucca) January 24, 2019
Estamos com você, Jean!