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A vereadora Érika Hilton e ativista Guilherme Cortez acionaram o Ministério Público para que seja investigado o caso de agressão transfóbica ocorrido na última sexta-feira, 27, na Expoagro em Franca (SP), durante o show da dupla Henrique e Juliano.

“O ataque transfóbico na última sexta-feira durante a Expoagro em Franca é inaceitável e criminoso. Uma jovem trans e seu namorado foram agredidos e xingados enquanto os agressores gritavam ‘é travesti, travesti tem que apanhar'”, escreveu Érika, ao anunciar que estava tomando medidas jurídicas. “Não é o primeiro registro de violência durante essa edição da Expoagro. Transfobia não pode ser espetáculo para o agronegócio”.

Ao Terra, Guilherme afirmou que “o ofício para o Ministério Público pede para que investiguem o ocorrido e sugere a realização de um TAC (termo de ajustamento de conduta) com a Prefeitura e com os organizadores da Expoagro para tomarem medidas para impedir episódios como esse”.

O ativista afirmou ao portal que, além da agressão transfóbica, a vítima não teve o nome social respeitado quando fez a denúncia. “Foi registrado um Boletim de Ocorrência que não respeitou o nome social dela e não registrou o caso como motivado por transfobia”, afirmou Guilherme, que esteve em contato com a mulher agredida.

Mulher trans denuncia agressão transfóbica na Expoagro em Franca

Entenda o caso

Um vídeo que circulou nas redes neste final de semana flagrou o momento em que uma mulher transexual e o namorado foram agredidos na Expoagro, em Franca (SP). Nas imagens, ela tenta separar a briga entre o namorado e outro rapaz quando alguém a desfere dois socos no rosto. O agressor, identificado como o mestre de obras Augusto César, de 30 anos, é retaliado por bater em mulher e ele justifica: “É travesti”.

Ao G1, o casal afirmou que procurou a delegacia e registrou boletim de ocorrência por lesão corporal, com queixa alterada posteriormente para transfobia. O caso foi registrado na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Franca.

A vítima conta que a agressão começou por conta de ofensas transfóbicas que ela estava sofrendo durante o evento. Acompanhada de uma amiga quando saía do banheiro, as ofensas continuaram com gritos de “viadinhos”, “aqui não é lugar de ficar fazendo frescura”, “lacraia”.

“Eles começaram a mexer com a gente, fazer piada transfóbica e aí eu fui perguntar o porquê de eles estarem fazendo isso. Nisso, um dos meninos foi para cima do meu namorado e eles começaram a brigar. Eu fui tentar separar, que é o que mostra no vídeo. Nessa hora, um outro menino vem por trás e começa a me bater”, diz a vítima.

“A todo momento só o que eu estava fazendo era tentar tirar o meu namorado de lá, porque eu estava com medo de ir os dois nele. Muita gente falou para ele que eu era mulher e ele falava ‘não é mulher não, é travesti, tem que apanhar’, algo soando tipo, porque eu não era mulher, eu tinha que apanhar.”