Texto com informações de David Miranda.

Na mesma semana em que moradores do Vidigal protestam contra política de segurança de Pezão e pediam a paz nas favelas depois de dias intensos de tiroteios e disputas locais, Bolsonaro propõe como solução, em reunião repleta de empresários, metralhar a comunidade toda.

A falida política de segurança do Rio de Janeiro já é alvo de críticas e estudos há muito tempo. Os planos mal sucedidos dos últimos governos estaduais e municipais fizeram a fama da cidade como um dos principais polos de violência urbana do país.

Desde setembro, quando as disputas locais explodiram nas favelas, pelo menos, 40 pessoas morreram. A vida parou para mais de 150 mil pessoas e mais suas famílias, no nordeste, na Baixada, no exterior e em toda a parte. Os tiroteios matam, deixam marcas nas casas, fazem suspender as aulas, fechar os postos de saúde, falta água e luz, além da ausência constante de coleta de lixo e saneamento básico.

Para incomodar e mostrar sua indignação um grupo de moradores foi até o Leblon andando, onde vive Luiz Fernando Pezão e onde morava, até ser preso, sua maior referência política, seu amigo íntimo, Sérgio Cabral.

Com cartazes, o grupo cruzou a avenida Niemeyer, à beira do lindo penhasco à beira do mar. Eram muitas mensagens fortes: “Paz sem voz, não é paz, é medo”, “As favelas unidas pela paz”, “Os alunos não puderam ir ao curso devido aos tiroteios”, “Estamos reféns da incompetência deste governo”. A manifestação foi aplaudida, desde suas janelas, por moradores do Vidigal, por motoristas que passavam na contramão e também por turistas que saíam dos luxuosos hotéis da região.

Quando chegaram na rua Rainha Guilhermina, onde mora Pezão, o grupo se exaltou, com palavras mais duras contra o governador. Vizinhos apoiaram! Moradores deixaram recados na árvore em frente ao prédio. Um grupo de teatro fez uma apresentação comovente, demonstrando a vida do favelado carioca.