Polícia não conseguiu cumprir mandado de prisão de Esdras Jonatas dos Santos

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O empresário bolsonarista Esdras Jonatas dos Santos, apontado como líder do acampamento golpista em frente ao Comando da 4ª Região Militar, em Belo Horizonte, Minas Gerais, é considerado foragido pela polícia após não ter sido encontrado para cumprir o mandado de prisão emitido contra ele.

No dia 5 de janeiro, o acampamento que Esdras liderava desde o fim do segundo turno das eleições, que elegeu Lula para a presidência da República, foi desmontado pela Prefeitura de Belo Horizonte após um fotógrafo do jornal Hoje em Dia ter sido agredido pelos manifestantes.

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As investigações apontaram que Esdras seria o homem que, do alto de um carro de som, incentivou integrantes do acampamento a agredir o fotógrafo. O profissional foi cercado e atingido com socos e pauladas, além de arrastado pelo chão ao tentar se esconder sob um veículo. O bolsonarista é acusado de incitação a lesão corporal, dano e roubo.

Além do mandado de prisão, a Polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços nos bairros Santa Amélia, Padre Eustáquio e Coração Eucarístico, na capital mineira.

Brasil terá órgão para monitorar violência física e política contra jornalistas

“Acolhendo o pedido das entidades sindicais dos jornalistas, vamos instalar no Ministério da Justiça o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, a fim de dialogar com o Poder Judiciário e demais instituições do sistema de justiça e segurança pública”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em postagem nas redes sociais, no último dia 16 de janeiro.

O anúncio ocorre pouco mais de uma semana depois dos atos golpistas dia 8 de janeiro, em Brasília. Na ocasião, foram reportados ao menos 16 casos de agressão contra profissionais de comunicação, segundo balanço do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF.

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“O objetivo do observatório é monitorar os casos de ataques à categoria, mobilizando os órgãos competentes para coibir as agressões e responsabilizar os agressores, além de acompanhar as investigações dos crimes cometidos para identificação e responsabilização dos autores”, explica Samira de Castro.

A Fenaj sugere que o órgão seja composto por representantes dos ministérios da Justiça, dos Direitos Humanos e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, além de representantes da sociedade civil organizada, como a própria federação, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Abraji, a entidade representante de professores e pesquisadores de jornalismo, além de representações patronais, como a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).

Não se trata de uma proposta nova. A Fenaj e os sindicatos de jornalistas tentam instituir o mecanismo há quase 10 anos, desde as jornadas de junho de 2013.

“A violência contra a categoria atingiu níveis recordes nos últimos 4 anos e presenciamos um ataque organizado às sedes dos Três Poderes e à própria imprensa para conseguirmos, finalmente, debater essa iniciativa”, disse a presidenta da Fenaj.

Canal exclusivo

Outra reivindicação das entidades sindicais de jornalistas é a abertura de um canal exclusivo para que os profissionais possam denunciar os casos de agressão sofridos durante os atos golpistas.

Segundo o ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, a Direção-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal vai designar um delegado responsável especificamente pelos inquéritos envolvendo agressões a comunicadores. A ideia é resguardar a privacidade e garantir a segurança para que profissionais de imprensa exerçam suas funções sem risco de novas represálias.