Como o aumento da temperatura tem afetado os esportes de alto rendimento no Brasil e no mundo.

Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

Por: Mariana Martins

Nos últimos meses o Brasil vem sofrendo com ondas de calor em todas as regiões do país. As temperaturas chegaram a bater os 60°C de sensação térmica no  último sábado (16) na capital do Rio de Janeiro. Isso é um reflexo do aquecimento global, que a cada ano que passa deixa o clima mais extremo com ondas de calor cada vez mais frequentes. 

Como isso afeta o Futebol?

O futebol é um dos esportes que são afetados por mudanças nas temperaturas, mesmo que a modalidade não interaja diretamente com a natureza como o surfe ou esqui. O futebol acaba por sofrer com as consequências das condições que vem se tornando o novo normal, nesse contexto, os médicos alertam o perigo da prática de exercícios de alto nível no calor intenso, isso pode prejudicar a saúde de jogadores como pode diminuir seu rendimento em campo.

Na Copa do Mundo de Futebol Masculino em 2022, no Qatar. O torneio teve que ser adiado por conta do forte calor na região nos meses do verão, período entre junho a setembro onde normalmente acontece o campeonato, para o inverno período mais frio. Esse fato não é isolado, na semifinal do campeonato carioca de 2024, no domingo (17), a Federação do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) teve que decretar na partida de Vasco e Nova Iguaçu duas paradas técnicas no primeiro tempo, para a hidratação dos atletas e arbitragem. 

Fadiga, cansaço e cãibras são uns dos sintomas que podem aparecer nos jogadores durante uma partida.  

As mudanças climáticas ameaçam as Olimpíadas de Inverno

 

Foto: Divulgação

Um relatório feito pela Sport Ecology Group da Universidade de Loughborough em 2022, aponta que as olimpíadas de inverno podem ser ameaçadas por conta do aquecimento global. Na última edição da competição realizada em Beijing, na China, por conta dos aumentos das temperaturas, os organizadores tiveram que usar neve artificial, sendo a primeira Olimpíada com 100% da utilização de neve produzida pelo homem, mas que possivelmente não será a última. 

A situação é tão preocupante que os cerca de 21 países que tinham condições ideais para realizar a competição em 1924, somente 10 países continuam tendo condições naturais até 2050. Outra questão levantada pelo relatório é que a neve artificial pode contém risco para os competidores, pois ela acaba sendo imprevisível, o que pode levar a acidentes.  

Como o aquecimento foi acelerado nas últimas décadas, pelo alto nível de carbono da atmosfera, episódios como esses devem ficar cada vez mais frequentes em todo o mundo.   

Poluição também afeta outros esportes

 

Foto: AFP

Em 2023, durante uma partida de Críquete (uma modalidade jogada em campo de gramado onde jogadores têm tacos de madeira e uma bola para marcar pontos), na partida entre Bangladesh e Sri Lanka, jogando no estádio na cidade Nova Deli na Índia, uma neblina de poluição tomou conta do campo, dificultando a visibilidade e respiração dos jogadores. Outro caso com as mesmas circunstâncias aconteceu em 2017, onde jogadores de um time visitante passaram mal por conta da fumaça tóxica, na partida entre seleção da Índia e do Sri Lanka na mesma cidade. Nesse episódio, os jogadores tiveram que usar equipamento de oxigênio puro para retornar a partida.