Foto: Reprodução / Twitter Damares Alves

A pedido do presidente Bolsonaro, a ministra dos Direitos Humanos Damares Alves viajou esta semana à cidade de Floriano, no interior do Piauí, onde circulou a notícia de cura da Covid-19 por meio da medicação de cloroquina. Em vídeo divulgado em suas redes, Damares reforça a narrativa afirmando ter encontrado a cura milagrosa. Contudo, os fatos apurados por empresas de checagem de notícias apontam outra história.

O Hospital Regional Tibério Nunes teria esvaziado UTIs, segundo os boatos, ao curar pacientes por meio da cloroquina. O fato é que o tratamento foi usado em 20 pacientes com sintomas leves, alguns foram liberados para acompanhamento domiciliar, outros seguem em leitos clínicos. O coquetel de tratamento inclui uma combinação de corticoides em protocolo testado em 2 de maio. Portanto também não há como comprovar a eficácia de um medicamento específico.

O tratamento foi divulgado em vídeo pelo médico oncologista Saba Vieira e ele próprio afirmou que o conteúdo e o título do vídeo foram distorcidos. “Também é importante destacar que a experiência no hospital do Piauí não tem um grupo de controle. Ou seja, não há pacientes que não fizeram uso do tratamento para fins científicos de comparação”, diz reportagem do projeto Comprova, que integra 24 veículos de imprensa para checagem de rumores e boatos. Como o número de casos no hospital em Floriano é muito baixo, não haveria como tirar evidência científicas de lá.

Tendo a Organização Mundial de Saúde e o próprio Ministério brasileiro afirmado que a eficácia da cloroquina não poderia ser comprovada, fica nítido o interesse em utilizar o interior do Brasil para construção de uma falsa narrativa.

Com informações de Aos Fatos e Projeto Comprova.