Governadores do Acre e Rondônia participam de evento junto com Lula, que prometeu ser implacável contra o desmatamento

Enquanto no ano passado, em todo mês de novembro Acre registrou 14 focos de calor, nem terminou a quinzena, mas já registra 886 focos de calor (Sérgio Valle)

Novembro nem completou 15 dias e os estados de Rondônia e Acre já bateram recordes de queimadas de todo o mês, desde que a série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais começou as medições. O alerta é da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, que monitora a situação nesses territórios. Foram 1.554 focos de calor em Rondônia e 886 no Acre.

“O mês de novembro costuma ter índices menores de queimadas, já que marca o começo das chuvas na região amazônica. No ano passado, por exemplo, em todo mês de novembro o Acre teve apenas 14 focos de calor e Rondônia 125, um aumento de 6.228% e 1.143% respectivamente”, informa a organização.

No Acre, quatro municípios concentram mais da metade dos focos de calor: Sena Madureira (17,5%), Xapuri (14,6%), Brasiléia (12,6%) e Rio Branco (8,6%). Já em Rondônia, a capital Porto Velho lidera a lista dos municípios com 20% dos focos, seguido de Nova Mamoré (8,8%) e Machadinho D’Oeste (7,7%).

No acumulado do ano, o Acre já ultrapassa os 11 mil focos, o maior número desde 2005.

Com a derrota de Jair Bolsonaro e com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva prestes a acontecer, era esperado que o desmatamento crescesse como iniciativa desesperada de infratores ambientais. Eles sabem que se descortina um novo governo que promete aumentar o cerco contra criminosos.

No Acre e em Rondônia, respectivamente, reelegeram Gladson Cameli (PP) e Marcos Rocha (União), ambos, bolsonaristas convictos. Ambos, participam da COP27 e certamente se encontrarão com Lula, que participa do evento “Carta da Amazônia – uma agenda comum para a transição climática”, no dia 16, junto aos governadores do Consórcio Amazônia Legal.