Em encontro com Lula, Diretor-geral da OMS pede que Brasil se torne produtor mundial de vacinas
Tedros Adhanom propôs ao presidente Lula uma colaboração para a produção de vacinas brasileiras contra a dengue, visando a utilização do potencial de produção do Instituto Butantan e da Fiocruz
Em uma ação para avançar a vacinação no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reuniram-se no Palácio do Planalto para discutir uma parceria estratégica. O objetivo é tornar o Brasil um fornecedor internacional de vacinas contra a dengue, em um esforço conjunto entre o Instituto Butantan, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a OMS.
Tedros Adhanom propôs ao presidente Lula uma colaboração para a produção de vacinas brasileiras contra a dengue, visando a utilização do potencial de produção do Instituto Butantan e da Fiocruz. A vacina em desenvolvimento pelo Butantan está na última fase dos testes e tem previsão de receber autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no início de 2025. Com uma eficácia de 79,6%, a vacina se mostra promissora, comparável à vacina Qdenga, com 80,2% de eficácia, que será disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro.
Além disso, o Ministério da Saúde está articulando uma parceria com a empresa produtora da vacina Qdenga, a Takeda, o Instituto Butantan e a Fiocruz, com o objetivo de transferir a tecnologia do imunizante e ampliar a produção das doses. Essa colaboração segue o modelo bem-sucedido adotado para o desenvolvimento das vacinas contra a Covid-19 durante a pandemia.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou a importância dessa parceria para aumentar a capacidade de produção e reduzir os custos, tornando as vacinas mais acessíveis à população. O valor por dose da vacina Qdenga, de R$ 170, é considerado elevado em comparação com outras vacinas já incluídas no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Trindade também discutiu com os diretores do Butantan e da Fiocruz sobre a necessidade de superar as limitações de produção da Takeda, empresa responsável pela vacina Qdenga, que têm impactado a distribuição do imunizante, especialmente em relação à restrição de idade e regiões na vacinação programada para iniciar em fevereiro.