A fumaça que tomou conta das cidades da Amazônia Legal, estimam cientistas, deve chegar também ao Sudeste, e é reflexo do fogo fora de controle no bioma. Os números são tão assustadores que entre os dias 1º e 5 de setembro a Amazônia registrou uma média de dois novos focos de incêndio a cada minuto. Foram 14.839 focos, o que dá uma média de 2.968 por dia, ou dois novos a cada minuto.

Especialistas explicaram ao colunista do UOL, Carlos Madeiro, que dois fatores são primordiais: o temor que o presidente Jair Bolsonaro não seja reeleito e o novo presidente retome medidas de proteção da floresta; e a forte seca que Amazônia vive, que faz com que o fogo se alastre mais facilmente.

Dados históricos do Inpe apontam que a média de focos de queimadas alcançou, nos cinco primeiros dias de setembro, a maior média diária de fogo desde o início das medições do órgão federal, em 1998. É o que revela o jornalista em sua coluna.

Com base nos dados do Inpe, ele explica que levando em conta um mês inteiro, setembro de 2007 foi o recordista de queimadas na Amazônia, com 73.141 focos, que dá uma média de 2.438 por dia — ou seja, 20% a menos que a taxa atual.

As queimadas na Amazônia explodiram na segunda quinzena de agosto e fizeram o mês passado fechar com o maior número de focos para um mês de agosto desde 2010: foram 33 mil focos, o maior número até agora durante a era Jair Bolsonaro (PL). No último domingo, a Amazônia viveu seu pior dia de queimadas desde 2007, quando foram registrados 3.393 focos de calor pelo Inpe.