As autoridades brasileiras e estadunidenses estão colaborando intensamente para esclarecer o caso de possível envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro em um esquema de venda de joias, artigos de luxo e bens de alto valor adquiridos durante seu mandato. O acordo de cooperação internacional entre as polícias dos dois países visa aprofundar as investigações, que têm como suspeita central a coordenação e benefício direto de Bolsonaro nesse esquema, de acordo com o Ministério da Justiça.

Jair Bolsonaro é investigado por tentar recuperar um conjunto de diamantes retidos na Receita Federal do aeroporto de Guarulhos. As investigações progrediram, revelando a venda de kits de joias da Chopard, esculturas douradas e um relógio Patek Philippe. Figuras-chave no esquema incluem Mauro Cid e seu pai, Lourena Cid, apontados como organizadores de avaliações de objetos, como uma estatueta recebida por Bolsonaro em uma viagem à Arábia Saudita.

Frederick Wassef, advogado e amigo pessoal da família Bolsonaro, também está sob investigação. A PF realizou buscas em seus endereços, relacionando-o à recompra de um Rolex. Wassef teve quatro celulares apreendidos enquanto jantava em um restaurante em São Paulo. O caso envolve ainda nomes como Michelle Bolsonaro, Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, Marcelo Câmara e Osmar Crivellati.

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, foi preso em maio durante uma operação que investiga fraudes no cartão de vacinação de Bolsonaro e sua filha Laura. Um acordo de colaboração premiada, ainda sob sigilo de Justiça, destaca tentativas de Bolsonaro de influenciar os comandantes das Forças Armadas a dar um golpe de estado após as eleições de 2022.