Foto: Mídia NINJA

Com apenas 12,4% do que havia originalmente, o bioma é o que mais perdeu floresta até hoje e segue sofrendo com o desmatamento. O índice aumentou 27,2% nos anos de 2018 e 2019, em comparação com o biênio anterior (2017/2018), o que resultou no desaparecimento de 14.502 hectares (ha) de floresta – ou 145,02 quilômetros quadrados, equivalente a 14 mil campos de futebol. É a maior extensão desmatada desde 2016.

Os dados são do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, uma parceria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) com a Fundação SOS Mata Atlântica, lançado nesta quarta-feira.

No dia 6 de abril, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acatou recomendação para que sejam aplicadas as regras do Código Florestal e não da lei específica sobre o bioma. O despacho anistiou desmatamentos e incêndios, permitindo cancelamento de multas. Em nota, a Rede de Organizações Não-governamentais da Mata Atlântica (RMA) e o Conselho Nacional de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (CN-RBMA) consideram ilegal a decisão e cobraram esforços para sua revogação.

Na reunião interministerial que teve seus vídeos divulgados Salles fala do despacho ao citar outras mudanças infralegais que pretende fazer na legislação ambiental. “Essa semana mesmo nós assinamos uma medida a pedido do Ministério da Agricultura, que foi a simplificação da lei da Mata Atlântica, pra usar o Código Florestal”. Com isso, abriu caminho para suspender multas, embargos, processos por desmatamento ilegal.

A Mata Atlântica abriga biodiversidade importante – cerca de 20 mil espécies de plantas, equivalente a um terço das existentes no Brasil; 849 espécies de aves e 270 de mamíferos, por exemplo. Entre os mamíferos, 38 estão ameaçados de extinção.