Dia nacional da luta antimanicomial: de perto, ninguém é normal
Há mais de 30 anos, trabalhadores da saúde se organizavam para acabar com as práticas manicomiais e tratamentos desumanos e cruéis dados a usuários do sistema de saúde mental.
Há mais de 30 anos, trabalhadores da saúde se organizavam para acabar com as práticas manicomiais e tratamentos desumanos e cruéis dados a usuários do sistema de saúde mental, assim foi criado o Dia Nacional de Luta Antimanicomial, comemorado todo 18 de maio.
A luta deste movimento é pela liberdade das pessoas, compreendendo a sua dignidade, respeitando seus desejos e história. A ressignificação da loucura e criação de legislações específicas para garantir programas de saúde que rompem com a lógica centrada no hospital psiquiátrico foram passos importantes que mostram o avanço da pauta.
Entretanto, maus tratos, torturas, negligência, afastamento de familiares, negação de identidades, exclusão de projetos de vida, racismo institucional e violência sexual foram, e ainda são, práticas comuns em instituições que por vezes mudam na aparência mas permanecem na lógica manicomial, como são o caso das Comunidades Terapêuticas atualmente.
As alterações, por parte do Governo Federal, na Política Nacional de Saúde Mental e na Política Nacional sobre Drogas ameaçam as conquistas do movimento. A cultura do ódio e da violência também incitada pelos governantes faz com que pacientes e profissionais da área liguem o alerta e se mobilizem para impedir retrocessos.
Atualmente a categoria se organiza para exigir a ampliação da defesa do SUS e das tecnologias críticas de cuidado que foram desenvolvidas nos últimos 32 anos e questionar a lógica de ampliação do financiamento de instituições psiquiátricas em detrimento do investimento na Rede de Atenção Psicossocial, presente nas recentes alterações das políticas de saúde.
Mobilizações, atos, debates e campanhas de conscientização sobre o tema estão acontecendo em várias cidades brasileiras nesta semana. No dia de ontem 17 de maio, Belo Horizonte viu mais de 5 mil pessoas se reunirem nas ruas do centro em uma marcha de pacientes e profissionais da saúde mental que esse ano escolheram como tema o “Direito às diversas gentes: de mãos dadas contracorrentes”. Confira a cobertura: