Físico foi eleito Cientista do Ano pela Nature, em 2019 (Associação Nacional de Pós-Graduandos)

 

Em vídeo publicado em suas redes sociais, o ex-presidente do Instituto Nacional de Pesquisas (Inpe) e físico, Ricardo Galvão, avalia que, à ocasião do Dia do Meio Ambiente, “infelizmente, não temos muito a comemorar”.

“Nos últimos três anos a taxa de desmatamento na Amazônia cresceu substancialmente, atingindo cerca de 13 mil km² no ano passado. Outros biomas, como o Cerrado e o Pantanal também foram bastante degradados”, destaca, resgatando o saldo negativo dos três anos do Governo Bolsonaro. Ele foi exonerado por Jair Bolsonaro, que não aceitava a veracidade dos dados sobre as queimadas na Amazônia, apresentados pelo instituto. Logo depois do embate público entre os dois, Galvão foi eleito pela revista Nature, uma das mais tradicionais e prestigiosas publicações científicas do mundo, o Cientista do Ano, na edição de 2019.

“Apesar de seu discurso ardiloso, o governo brasileiro, de certa forma estimula ações predatórias, através de sua inércia e ações erradas”, diz Galvão. Ele aponta como um dos exemplos mais paradigmáticos, a publicação da Resolução nº1 pela Comissão Executiva para Controle do Desmatamento Ilegal e Recuperação de Vegetação Nativa”. Segundo Galvão, nesta resolução, publicada há alguns dias, essa organização cria a Comissão Consultiva Temática.

“Qual o objetivo? Qualificar dados do desmatamento e incêndios a fim de diferenciar crimes ambientais de outras atividades. Mas o que preocupa nessa resolução é exatamente o verbo ‘qualificar’. Quando olhamos em detalhe a composição da câmara, ela é presidida por um representante do Ministério do Meio Ambiente. Isso é correto. O Ministério da Agricultura e da Segurança Pública, também participam. Mas outros institutos que realmente tem capacidade técnica, de analisar o desmatamento e incêndios e destinar a ocupação dessas ações, o Ibama, Inpe e ICMBio estão excluídos”, destaca.

Confira o vídeo: