No último sábado, 9 de março, a Terra Indígena Jaraguá, em São Paulo, foi palco de um evento único e emocionante: o Dia da Beleza Indígena. Em sua décima primeira edição, a celebração reuniu membros das comunidades locais em uma iniciativa que busca exaltar e valorizar a rica identidade cultural do povo Guarani Mbya.

O evento, que já se tornou uma tradição anual, destaca-se por promover uma experiência imersiva na cultura e tradições do povo indígena. Vestidos com suas indumentárias e ornamentos tradicionais, os participantes do Dia da Beleza Indígena proporcionaram uma verdadeira viagem às raízes da comunidade Guarani Mbya.

O principal objetivo da celebração é fortalecer a autoestima dos indígenas, incentivando-os a reconhecer e valorizar a beleza única e natural que caracteriza sua identidade cultural. Jaci Martins, fundadora do evento e membro do povo Guarani Mbya, destaca a importância de promover a autenticidade e a aceitação das características próprias da comunidade.

Jaci Martins, Guarani Mbya, fundadora do evento

“A nossa beleza é diferenciada, é uma beleza natural, cultural, ancestral. O evento foi criado para que o povo de nossa aldeia se enxergasse nesse padrão originário, nesse padrão que não tem padrão”, ressalta Jaci Martins. Ela destaca que o evento é uma oportunidade para a comunidade se reconectar com suas raízes, reforçando a mensagem de que a verdadeira beleza está na autenticidade e na preservação das tradições.

Ao longo dos anos, o Dia da Beleza Indígena tornou-se um momento significativo para a comunidade Guarani Mbya, proporcionando uma plataforma para expressar e compartilhar o orgulho de suas raízes culturais. A fundadora enfatiza que a iniciativa é mais do que um evento de celebração estética; é uma manifestação de espiritualidade e ligação profunda com a terra.

“A intenção do evento é a valorização e para que a comunidade entendesse o valor da beleza que a gente tem por ser originário”, conclui Jaci Martins. O Dia da Beleza Indígena representa, assim, não apenas um festival estético, mas um ato de resistência cultural e um convite à apreciação da diversidade e riqueza das tradições indígenas na Terra Indígena Jaraguá.

Fotos: Ana Coutinho – Repórter Cinematográfica e Fotógrafa (Instagram: @anacoutinho_)