Foto: Pedro Saldanha

A extração ilegal de madeira só cresce na Amazônia. Dados mostram que o desmatamento nesses últimos oito meses atingiu uma área de nada menos que 5.076 quilômetros quadrados da Amazônia, mais de três vezes o tamanho da capital paulista, com seus 1.521 km². Esse volume de corte na floresta é quase o dobro do que foi verificado no mesmo intervalo anterior, de agosto de 2018 a março de 2019, quando 2.649 km² de floresta foram devastados. Se observado o intervalo de agosto de 2017 a março de 2018, o número era ainda menor, de 2.433 km².

O Estado fez um levantamento dos dados captados na região amazônica pelo Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter), ferramenta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que serve para orientar ações de fiscalização contra o desmate. Foram checados os cortes feitos de agosto (mês que começa a medição oficial) até o 26 de março deste ano, data mais atual disponível pelo sistema.

Uma das áreas mais críticas é a do Pará, que concentrou 44% de todo o desmatamento amazônico no ano passado. Os satélites do Deter mostram que, entre 1º de fevereiro e 26 de março, 65 km² de mata foram devastados no Pará, ante 62 km² verificados nos dois meses completos do ano passado. Em Rondônia, outro Estado que lidera os índices de desmatamento, o corte ilegal também já supera o de fevereiro e março de 2019 e chega a 43 km² nos dois meses deste ano.