Foto: Danilo Quadros
Declarações de óbito registradas nos cartórios mostraram que 722 pessoas tiveram a doença Covid-19 apontada como causa ou suspeita da morte no Brasil, entre os dias 16 de março e 5 de abril. Esse número é 48% maior que a contabilidade oficial do Ministério da Saúde, que naquela data (5 de abril) apontava 486 óbitos confirmados. O Ministério da Saúde atualizou os dados para 800 mortos no dia 8 de abril.
Ainda existe diferença nos dados de mortes por estados. Em 10 estados há mais mortes que registros, e em 17, o contrário, mostrando que os critérios adotados para contabilizar são diferentes e causam confusão.
No final de março, foi autorizada a cremação ou enterro sem atestado de óbito por conta da epidemia. Se houver suspeita em caso de morte por doença respiratória, deve constar no registro provável vítima infectada pela doença covid-19. A portaria é do Ministério da Saúde e do CNJ.
Uma das principais questões nos erros entre os dados é que os exames que determinam a causa da morte demoram a sair, e o atestado pode ser lavrado antes da confirmação. O portal da transparência usa então os dados disponíveis e por isso, há diferença.
Os cartórios podem fazer a alteração no atestado com um laudo médico após a confirmação dos exames, mas o líder dos cartórios explica que, raramente, um familiar volta para pedir a correção.