O novo relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que estados da Amazônia enfrentam uma alarmante crise de segurança. Cerca de um terço dos moradores, aproximadamente 8,3 milhões de pessoas, vivem em áreas conflagradas e disputadas por facções criminosas, onde a violência extrema é uma realidade diária.

Mais da metade da população, totalizando 15,4 milhões, está sob o domínio de pelo menos uma dessas organizações. O Fórum destaca a gravidade da situação, afirmando que quase 60% da população da Amazônia vive, de certa forma, com medo do crime organizado.

O levantamento detalha que, dos 772 municípios da região, 23% têm a presença de grupos ligados ao narcotráfico, com 10,4% apresentando disputas territoriais entre mais de uma organização criminosa. Facções do Sudeste, como Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), adaptam-se às particularidades locais, desenvolvendo métodos próprios no Norte, como a forte ligação com o garimpo. Alguns especialistas apontam que quase a totalidade dos garimpos que ainda operam na terra Yanomami, em Roraima, pertencem a facções criminosas.

As cidades na fronteira enfrentam a maior parte das disputas, onde grupos buscam controlar os fluxos de poder e drogas. O relatório não identifica um grupo hegemônico de influência transnacional, exceto o PCC, presente na Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela. Além disso, a apreensão de cocaína na Amazônia Legal aumentou significativamente entre 2019 e 2022, com as polícias estaduais registrando um aumento de 194%, totalizando 20 toneladas.

Apesar do aumento nas apreensões, especialistas destacam a necessidade de ações mais eficazes, pois não há uma melhoria significativa nas capacidades institucionais. O relatório destaca a urgência de medidas para conter a violência e a presença criminosa, ressaltando os desafios crescentes enfrentados por uma região vital para o planeta.