A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Enel apresentou seu relatório final na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), revelando uma série de irregularidades e negligências cometidas pela concessionária de energia elétrica durante o período de 2018 a 2023. As conclusões da CPI destacam a falta de preparo da empresa para lidar com situações críticas, especialmente após o apagão ocorrido em 3 de novembro, e pedem o fim da concessão.

O relatório da CPI apontou que as fortes chuvas e ventos intensos que resultaram na interrupção do fornecimento de energia não foram eventos imprevisíveis. O relatório enfatizou que a informação sobre as condições climáticas adversas foi previamente divulgada pela mídia, invalidando as alegações da Enel de que não poderiam antecipar tais ocorrências.

Além disso, os deputados apontaram a necessidade de a Enel estabelecer indenizações por danos morais em casos de descaso com os consumidores. O mau atendimento e as cobranças indevidas nas contas de energia elétrica foram citados como motivos para tais compensações.

O relatório da CPI também apontou a falta de cuidados na preservação da rede elétrica e a ausência de investimentos adequados na modernização do sistema. Apesar das críticas, a comissão concluiu que a concessionária cumpre suas obrigações contratuais, atribuindo os problemas à privatização da empresa. Como publicado pela NINJA, antes do apagão deixar 1,5 milhões sem energia em São Paulo, a Enel cortou 36% dos funcionários.

Apesar disso, a esmagadora maioria da Assembleia Legislativa de Sã Paulo aprovou o início da privatização da Sabesp, cumprindo uma agenda de Tarcísio de Freitas. Sindicatos, movimentos sociais e partidos tentam barrar a medida por meio judicial. Especialistas apontam que o serviço será ainda mais precarizado ao passar para a iniciativa privada.