As acusações também envolvem omissão de socorro, abuso de autoridade e tentativas de obstrução da investigação

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No Rio de Janeiro, quatro policiais militares foram indiciados por fraude processual no caso da morte do estudante Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, durante uma operação policial na Cidade de Deus. Após 17 dias de investigações, a Corregedoria da Polícia Militar solicitou a prisão preventiva dos PMs Diego Pereira Leal, Aslan Wagner Ribeiro de Faria, Silvio Gomes dos Santos e Roni Cordeiro de Lima, todos cabos do Batalhão de Choque, uma unidade de elite.

As acusações também envolvem omissão de socorro, abuso de autoridade e tentativas de obstrução da investigação. O inquérito, que já está nas mãos do Ministério Público, revela informações distorcidas e irregularidades na cena do crime.

As investigações apontam para a utilização de um veículo descaracterizado pelos PMs durante a operação que resultou na morte do adolescente. Isso contraria as alegações feitas pela família de Thiago, que havia levantado a suspeita sobre essa irregularidade. Além disso, foram encontrados indícios de que os policiais tentaram inserir uma arma de fogo na cena do crime para incriminar o jovem de 16 anos que estava com Thiago. O promotor da Justiça Militar, Paulo Roberto Mello Cunha, ressaltou que existem evidências suficientes para sugerir que os policiais adulteraram o local do crime e plantaram a suposta arma.

Enquanto a Corregedoria da PM e a Delegacia de Homicídios da Capital continuam suas investigações, a família de Thiago reuniu depoimentos de testemunhas e 13 vídeos de câmeras de segurança para sustentar sua alegação de que o jovem foi vítima de uma execução. Em um dos vídeos, um carro prateado é visto perseguindo a moto de Thiago, com três indivíduos correndo atrás. Essas informações foram reveladas pelo RJTV, da TV Globo.

Os depoimentos colocam em xeque a versão inicial da PM de que a morte de Thiago ocorreu após confronto com homens em uma moto. O desenrolar da investigação traz à tona questões importantes sobre o uso da força policial e a transparência das ações das autoridades.