A Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou nessa sexta-feira (24) uma reunião com alguns dos principais presidentes e lideranças mundiais para acelerar a produção e distribuição de tratamentos para lidar com a pandemia e garantir a chegada de uma vacina no mercado em um tempo recorde, com um fundo de mais de R$ 45 bilhões. O encontro coordenado pela cúpula da OMS foi liderado por Emmanuel Macron, presidente da França.

Entretanto, o Brasil, que historicamente liderou o assunto de acesso a medicamentos, não participou com sua cúpula política e parte do governo sequer sabia do evento. No início do século, aliado ao governo francês, o Brasil estabeleceu um mecanismo para permitir acesso a remédios aos mais pobres, a Unitaid. Desta vez, porém, Paris assume a bandeira sem a presença de governo brasileiro.

Ao abrir o evento, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que o mundo não pode cometer o risco de repetir erros do passado de não garantir a distribuição de uma vacina, uma vez que esteja no mercado. O encontro ainda contou com as grandes empresas farmacêuticas do mundo.

Em seu discurso, Macron destacou que a criação do projeto representa um “acelerador para lutar contra coronavírus”. Segundo ele, alguns dos principais atores “decidiram agir concretamente para criar uma parceria inédita”. Segundo o francês, a luta contra a pandemia exige um papel central para a OMS, apoiar sistemas públicas de saúde, testes e tratamentos. Mas indicou que o projeto tem como objetivo principal acelerar a chegada de uma vacina. Segundo ele, não haverá desculpa para que uma vacina fique apenas no país onde foi inventada.

Seu governo, desde meados de 2019, deixou claro sua insatisfação em relação ao comportamento de Jair Bolsonaro em outros temas de cooperação internacional.