O texto não traz definições de quando e como será captado esse fundo, um comitê de transição será criado a partir de março

O tema entrou na agenda da COP27 pouco antes do início da conferência, sediada em Sharm el-Sheikh, no Egito (Kiara Worth/UN)

 

O texto final da COP27 foi divulgado, e uma decisão histórica foi tomada, com a criação de um Fundo para reparações de perdas e danos climáticos, destinado aos países “particularmente vulneráveis”. Esse tema é evitado pelos países desenvolvidos há 30 anos, desde a criação da Convenção do Clima da ONU, e entrou na agenda da COP27 pouco antes do início da conferência, sediada em Sharm el-Sheikh, no Egito. Seria incoerente um evento climático no continente africano não tratar de perdas e danos, já que diversos países da região são afetados pela crise climática.

Os países desenvolvidos não ficaram muito satisfeitos ao ceder a pressão do bloco — que se manteve coeso — dos países em desenvolvimento, por considerarem haver poucos avanços nos compromissos de diminuição de emissão de gases de efeito estufa.

Porém, os países europeus não tem exatamente muita credibilidade para exigir redução na emissão de gases de efeitos estufa, já que com a crise energética causada pela guerra na Ucrânia, retornaram a utilizar carvão, energia nuclear e explorar gás no continente africano, para diminuir sua dependência da Rússia.

O texto não traz definições de quando e como será captado esse fundo, um comitê de transição será criado a partir de março, para definir de que forma será feito, quem irá pagar, quais países irão receber entre outros pontos, e devem entregar o resultado no final de 2023, para que os países possam aprovar na COP28 e o início do funcionamento do fundo aconteça em 2024.