Foto: Jú Queiroz (@juqueirozfotografia)

Em setembro, mês de Visibilidade à Luta Antigordofobia, a filósofa feminista Malu Jimenez, em parceria com a casa editorial Philos, lançou a obra ‘Lute Como Uma Gorda’, que denuncia a patologização dos corpos gordos femininos.

A obra propõe desvendar o universo gordo na contemporaneidade, delatando como esses corpos são concebidos institucionalmente e como essas mulheres gordas se autopercebem, aceitam ou resistem à gordofobia.

Malu Jimenez é gorda, filósofa feminista, doutora em Estudos de Cultura Contemporânea pela UFMT onde pesquisou a gordofobia, autora do livro “lute como uma gorda: gordofobia, resistências e ativismos”, em pré venda até o dia 15 de outubro deste ano.

“Quando um corpo não está dentro do padrão, ou seja, corpo magro, tido como belo e saudável, é estigmatizado, considerado feio, mau, anormal, doente, fraco, triste e, portanto, excluído socialmente. Essa discriminação é conhecida como gordofobia, tal estigma é estrutural e cultural, transmitido em muitos e diversos espaços e contextos sociais”, explica Malu Jimenez.

Malu usa a autoetnografia, o feminismo e a netnografia, que direcionam as análises e a escrita através de três subtemas: o cotidiano, o consumo e os ativismos, os quais apontam que, apesar da cassação dos corpos gordos, muitas mulheres têm se posicionado contra esse ódio e se organizado em coletivos, em ciberespaços e nas ruas, para mostrar que corpos gordos femininos podem superar essa perseguição, resistindo à concepção atual de único corpo possível em nossa sociedade, o magro.

A partir da denúncia, levanta uma proposta através do ativismo, de novos saberes na construção de uma episteme diferenciada sobre os corpos gordos, por meio da resistência e de um corpo político que quebre padrões e se coloque no mundo de forma criativa e alegre.

Foto: Jú Queiroz

Além da escrita ativista e potente, a obra e Malu é também um projeto artístico que evidencia a beleza e o lugar da mulher gorda no mundo que foi criado com exclusividade para o livro, em um cenário emblemático que coloca essas mulheres em um lugar onde não são vistas: dentro da natureza, ligadas à força, à união e, principalmente, à beleza feminina. Propõe ainda mostrar, através de fotografias, dentro de um projeto de arte, mulheres gordas maiores localizadas numa outra concepção do que é ser bela e gorda em nossa sociedade.

Foto: Jú Queiroz

O projeto de adaptação da tese e publicação em livro visa dar ainda voz às pessoas gordas na luta antigordofobia, para serem respeitadas e visibilizadas na garantia de direitos básicos, como o de sentar confortavelmente em uma cadeira, usar transporte público, adquirir roupas, encontrar aparelhos médicos compatíveis com o tamanho do corpo, dente tantos outros.

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