Foto: Reprodução / CBF

Por Ben Hur Samuel

Seria crível dizer que a cultura não é influenciada por elementos nacionais e consequentemente por fatores subjetivos de cada estigma individual em todos os povos no mundo.

Como seria talvez (hipoteticamente) se os povos africanos não tivessem uma influência massiva na cadência do samba? Ou ainda, como seria o folclore nacional sem a influência de estigmas baseados em crenças de outrem que foram passadas de geração em geração ininterruptamente de maneira sequencial até perpetuar no mundo atualmente?

Como seriam as notórias peças teatrais que habitualmente assistimos sem qualquer base inspirada ou relacionada com métodos shakespearianos ou gregos que outrora revolucionaram o modo como observamos o teatro em si?

Peremptoriamente, são gestos culturais que emulamos frequentemente que resultam em fenômenos artísticos que se perpetuam atemporalmente no mundo. E com o maior evento esportivo do planeta, seria diferente?

Em 1994, dois cantores brasileiros, Tavito e Aldir Blanc, que respectivamente vieram de gerações prolificamente significantes em termos culturais no tocante a música nacional, compuseram uma canção-tema que originalmente era planejada para ser o tema da Copa do Mundo onde a Seleção Brasileira eventualmente sairia vitoriosa. Mas a canção atingiu um ponto de sucesso extremamente inimaginável tornando-se consequentemente a canção-tema da Seleção Brasileira e mesmo depois de quase 30 anos, é a canção que ao ouvir, nos deparamos com a breve sensação de uma reminiscência com o futebol nacional, sobretudo a Seleção Brasileira.

A canção “Coração verde e amarelo” tornou um ícone insubstituível da cultura nacional que ao ser primariamente lançada, foi usada involuntariamente como um banho de água fria na canção tema da Copa do Mundo em 1970 disputada no México, que ao ser lançada tinha um foco oportunista de maximizar o chamado “Milagre econômico” nacional (muito valorizado pela mídia e pelo Governo naquele tempo) e ostracizar qualquer possibilidade de uma relação cultural dos opositores do Regime militar com o Governo em si.

A canção “Pra frente Brasil” foi utilizada como um veículo de manobra golpista para favorecer um momento que parecia favorecer uma efemeridade do momento que o governo favorecia e ao que era indicado, era um bode expiatório contra elementos culturais daquela época.

Algo que obtinha uma suposta similitude com isso foi a canção-tema da Copa de 1978 “anthem” na Argentina que passou a ser utilizada pela mídia argentina como um elemento nacional orgulhoso que porventura era positivamente visto pelos militares que tomaram o poder na Argentina naquela época. É importante ressaltar a importância de veículos culturais em eventos poliesportivos no Mundo, mas ao mesmo tempo, é lícito transmitir a sensação de tranquilidade com tópicos democráticos no mundo.

Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube