Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama realiza operação de combate a garimpo ilegal de ouro na Terra Indígena Kayapó, no estado do Pará, Brasil – Foto: Felipe Werneck/Ibama

Mesmo sendo homem de confiança do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o major da Polícia Militar de São Paulo, Olivaldi Borges Azevedo, foi exonerado da direção de Proteção Ambiental do Ibama, conforme anúncio desta terça-feira (14).

Sem explicações do Governo Federal pela exoneração, rumores dão como causa a megaoperação de combate ao garimpo ilegal em três terras indígenas no interior do Pará (Apyterewa, Araweté e Trincheira-Bacajá). A operação desencadeada para reprimir garimpos ilegais, desmatamentos, caça ilegal de animais silvestres e, ao afastar os invasores, impedir a chegada da Covid-19 às aldeias indígenas, foi transmitida pelo Fantástico, da TV Globo, no domingo (12) e dois dias depois a exoneração foi anunciada.

Os garimpos ilegais podem ter sido a causa de contaminação do indígena Yanomami de 15 anos que foi a óbito na semana passada em Roraima. A terra do povo Alvanei Xirixana é da aldeia Rehebe, às margens do rio Uraricoera, região de entrada para alguns milhares de garimpeiros ilegais que exploram ouro dentro da Terra Indígena Yanomami (AM/RR). A associação indígena Hutukara vem denunciando a exploração ilegal de ouro na região e estima que hoje haja cerca de 25 mil garimpeiros ilegais em suas terras.

A atividade minerária também tem sido um dos ramos que tem se articulado em meio à pandemia para seguir com as atividades sem se adequar às recomendações da OMS. A Vale, mineradora responsável pela morte de 289 pessoas no crime do rompimento da Barragem em Brumadinho, tem 55 mil funcionários e é uma das empresas que articulou com o governo federal e o Ministério de Minas e Energia uma portaria  que torna todos os segmentos do setor mineral como serviço essencial. Na semana passada um de seus funcionários também veio a óbito em Parauapebas (PA) e a mineradora segue as atividades na região.