Foto: Divulgação

Por José Carlos de Almeida

A pernambucana Patrícia Medeiros foi uma das 15 ganhadoras, selecionadas por um júri de especialistas de vários países, a receber o prêmio International Rising Talents, concedido a jovens cientistas mulheres pela Fundação L’Oréal em parceria com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Por ocasião da premiação, a brasileira recebeu 15 mil euros (cerca de R$ 84 mil) para investir em seus estudos.

Patrícia estuda relações entre pessoas e plantas e afirmou em entrevista à BBC News Brasil, que o brasileiro come poucas espécies convencionais. Segundo ela, isso é muito negativo do ponto de vista nutricional.

“Hoje nós comemos pouquíssimas coisas. No Brasil e no mundo, nossa alimentação é baseada em poucas espécies convencionais. Isso é muito negativo do ponto de vista nutricional. Se conseguirmos fazer novos alimentos chegarem à mesa das pessoas, teremos uma diversificação de nutrientes e de opções alimentares”, disse Patrícia.

A pernambucana é etnóloga e sua pesquisa que conquistou o prêmio científico internacional visa popularizar o consumo de plantas silvestres para diversificar a alimentação dos brasileiros.

As plantas não convencionais são aquelas que não são conhecidas nos centros urbanos. Muitas delas são vendidas em feiras locais, como no interior de Alagoas, diz ela, mas nem chegam à capital.

Suas pesquisas têm como base um tripé que leva em conta aspectos ecológicos (o manejo sustentável das plantas e frutas silvestres), sociais e nutricionais.

O objetivo é derrubar as barreiras que limitam o consumo de alimentos poucos conhecidos em centros urbanos ou subaproveitados como o araçá, jenipapo, taioba, cambuí, ouricori e pimenta rosa, entre outros.

“Cada uma dessas plantas tem um perfil nutricional diferente. Se conseguirmos incrementar a dieta com várias delas, podemos ter um espectro grande na alimentação”, ressalta Medeiros a BBC News Brasil.