Por Leandro Medeiros

Durante seis horas de programação, artistas e ativistas se revesaram entre falas e apresentações artísticas, na Praça do Memorial Padre Cícero, na cidade de Juazeiro do Norte (CE), com o objetivo de sensibilizar a gerência do Banco do Nordeste a rever a decisão que motivou o corte de 35% no orçamento destinado aos Centros Culturais Banco do Nordeste – CCBNB.

A ação realizada nesta quinta-feira (01) foi denominada de Ato Show #FicaCCBNB, promovida pelo Movimento Fica CCBNB Cariri, composto por vários artistas e ativistas caririenses e de outras regiões do país.

As atividades iniciaram com um momento lúdico voltado para os pais e as crianças, com contação de histórias, oficinas e pintura de rosto. Vale ressaltar que todos os sábados, a partir das 14h, no Centro Cultural Cariri, a criançada também pode ouvir essas histórias. Até então…

O Ato Show também deu espaço para performances teatrais, recital de poesia, apresentações musicais e falas que deram o tom político do evento.

O movimento não para por aqui, pois a luta continuará até o fim dos cortes.

Foto: Leandro Medeiros

Contexto

No dia 24 de junho, artistas foram comunicados do cancelamento de suas exposições e apresentações na programação prevista para o segundo semestre de 2019. O BNB também anunciou um corte no orçamento das três unidades dos Centros Culturais: Juazeiro do Norte (CE), Fortaleza (CE) e Sousa (PB), na ordem de 35%. Segundo o Gerente da Unidade Cariri, Ricardo Pinto, o corte compromete as atividades previstas para os próximos meses.

Sobre a justificativa da gerência do Banco, a instituição lançou uma nota À imprensa em que afirma: “no momento, (o Banco) está reestruturando seu modelo de atuação no intuito de modernizar a estratégia de funcionamento e ampliar parcerias com outras instituições”.

Vale ressaltar também que o BNB não passa por nenhuma crise econômica. Pelo contrário, os lucros líquidos em 2018, bateram novamente recordes, cresceram 6,4%, chegando a R$ 725,5 milhões, segundo as informações veiculadas pelo próprio Banco.

Diante disso, para os artistas e ativistas, os cortes refletem a política adotada pelo governo Bolsonaro em perseguição à educação e à cultura desse país, visto que são áreas do conhecimento que estimulam o senso crítico.