Campeonato será disputado por times de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, nos dias 4 e 5 de dezembro no Centro Esportivo Bola na Rede, de Belo Horizonte.

Na edição passada do campeonato, seis times participaram, sendo um do Espírito Santo e o resto de Minas Gerais.

Por Laura Abreu

Campo de futebol não é lugar de preconceito! E é para reforçar isso e promover a inclusão que o Campeonato Mineiro de FUT7 LGBTQIA+ nasce em 2020, visando proporcionar um ambiente de acolhimento e confraternização entre times de futebol LGBTs.

Com berço em Minas Gerais, o campeonato chega na sua segunda edição neste final de semana organizado pelo Felinos Esporte Clube, de Belo Horizonte, e com chancela da LiGay Nacional de Futebol, a maior organização de futebol de inclusão do país.

A equipe organizadora do evento deste ano é a Felinos Esporte Clube, de Belo Horizonte.

Nesta edição, o campeonato teve seus horizontes expandidos e se tornou mais plural com a participação de equipes de outros estados. Os times LGBTQIA+ que vão entrar em campo são: Felinos EC, Inconfidentes Pride, Predadores FC e Alcateia FC de Minas Gerais; Alligaytors FC e Karyocas EC, do Rio de Janeiro; Diversus FC, de São Paulo, e Bravus FC, de Brasília.

Muito além do espírito esportivo, o campeonato também possui um caráter social, como determina as diretrizes da LiGay para os eventos apoiados. As pessoas que forem acompanhar os jogos neste final de semana no Centro Esportivo Bola na Rede, em Belo Horizonte, podem levar produtos de alimentação infantil, brinquedos, materiais educativos e produtos de limpeza em geral. A arrecadação será destinada à Creche Criança Esperança, de Ibirité. Além disso, o evento contará com o selo “carbono neutro”, uma vez que todas as emissões de gás carbono emitidas serão compensadas posteriormente com a empresa parceira iCare Brasil.

Outro destaque do evento neste ano é que pela primeira vez será narrado por uma pessoa que também faz parte do movimento. Flávio Amaral, jornalista e narrador esportivo, será a voz que conduzirá os espectadores, além de também brilhar em campo.

“Acredito que essa representatividade também à beira do gramado, contando as histórias que as equipes vão escrever dentro das quatro linhas, é necessária para a nossa causa. Não conhecemos um narrador esportivo assumidamente gay ou representante de alguma outra letra do acrônimo LGBTQIAPN+, então a narração e também o conteúdo que publico em meu blog Cores do Esporte, são as formas que encontrei de prestar um serviço à causa esportiva LGBTQIAPN+ por meio da minha profissão”, contou Amaral.

O início da partida do Campeonato

O campeonato teve suas partidas iniciais em 2020 com a presença de seis clubes, sendo cinco do Estado de Minas Gerais e um do Espírito Santo. Na ocasião, o evento foi organizado pelas equipes Inconfidentes Pride e Predadores FC.

Segundo o João Vítor Santos Lima, diretor de comunicação do Felinos EC e organizador desta edição, desde o nascimento, o campeonato tem a intenção de ocupar um espaço do esporte onde, por muitas vezes, as pessoas do movimento LGBTQIA+ eram excluídas.

“O esporte, quase que no geral, é um ambiente heterossexual e muito machista. Todos nós que gostamos de jogar futebol crescemos jogando ao lado de héteros. Então quem se assumiu desde cedo sempre teve aquelas piadas de cunho homofóbico. Poderia ser o melhor jogador do time, mas ainda seria piada. Os times foram surgindo e vimos a necessidade de criar um campeonato de inclusão só com times LGBTQIA+” , comentou Lima.

A ideia de criar o campeonato foi proposta por Josué Júnior Gomes Machado, atual presidente da LiGay, após as disputas da organização estarem paradas devido à pandemia de covid-19. Foi, então, quando os times mineiros se organizaram para criar o campeonato, que a cada ano possui um time à frente da organização.