Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Por Patrick Simão / Além da Arena

Milhares de terroristas utilizaram a camisa da CBF nas manifestações golpistas de ontem (8), em Brasília, onde depredaram instituições e patrimônios públicos brasileiros.

Este é o pior momento da história da camisa da Seleção Brasileira: ela virou símbolo e uniforme de terrorismo, pois é assim que os atos antidemocrático precisam ser chamados. Já tentaram atacar as instituições moralmente, e dessa vez, fizeram isso na prática, com fogo e destruição.

A camisa da Seleção, que mundialmente sempre foi vista como símbolo do Brasil para o mundo, hoje é vista mundialmente da pior forma. Ela já havia sido apropriada pelo bolsonarismo, apesar das tentativas pré-Copa do Mundo de desassociá-la da política. Bolsonaro foi derrotado, porém o bolsonarismo busca resistir, e utiliza a camisa da Seleção como uniforme.

A camisa amarela representa o Brasil desde a Copa de 1954, assumindo o lugar da camisa branca, que ficou marcada pelo traumático maracanaço de 1950. Hoje, a camisa viveu um episódio traumático, que pode romper simbolicamente a camisa amarela da Seleção. Ao menos para uma considerável parcela da população.

Nesta manhã, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) se posicionou: “A camisa da seleção brasileira é um símbolo da alegria do nosso povo. É para torcer, vibrar e amar o país. A CBF é uma entidade apartidária e democrática. Estimulamos que a camisa seja usada para unir e não para separar os brasileiros. A CBF repudia veementemente que a nossa camisa seja usada em atos antidemocráticos e de vandalismo.”
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Este posicionamento, infelizmente, veio tarde demais. A CBF, tal como outras entidades do futebol como a FIFA, UEFA e Conmebol, busca a isenção política. No entanto, tudo é político, incluindo o futebol, e essa suposta isenção sempre deu margem à Ditaduras e manifestações de racismo.

A camisa amarela pode ser recuperada? Acredito que isso depende efetivamente da queda do bolsonarismo.

Vale destacar que este post é também sobre futebol: pois o esporte nunca se dissocia da política, e o uso da camisa amarela é um grande exemplo disso.

E, por fim, ANISTIA NÃO!

*Patrick Simão é fundador do canal Além da Arena