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Por S.O.M.vc

A cantora Caetana (@1caetana) que, com o lançamento do seu álbum “Deluxe Afronordestina”, chega para reafirmar sua posição como uma voz influente na música brasileira, além de ser uma figura importante na luta pelos direitos e representatividade LGBTQIA+. No seu trabalho, ela compartilha sua própria jornada de aceitação e superação, incluindo os desafios por ser uma mulher trans.

SOBRE CAETANA

Originária do Recife, Caetana é a primeira cantora trans a gravar um frevo no Brasil, destacando-se como uma figura marcante no cenário musical brasileiro.

Para ela, o frevo não é apenas um gênero musical, é uma paixão que transformou sua vida. Crescendo na periferia do Recife, foi imersa nas culturas tradicionais do Coco de Roda, Frevo e Maracatu, que a inspiraram a seguir seu sonho de se tornar uma cantora profissional. Sua jornada musical é uma homenagem à rica diversidade cultural de sua cidade natal, onde cada nota ressoa com as memórias e tradições do povo pernambucano.

“Eu cresci tocando tambor, dançando e cantando. E foi exatamente isso que me motivou a lutar pelo meu sonho de ser cantora. O Recife é uma verdadeira sala de aula a céu aberto. Nós que crescemos em comunidades que possuem cultura popular, como no Coque, em que cresci junto ao Maracatu Nação de Oxalá, temos acesso a mais do que só um momento de lazer. Temos uma mistura de atividades que passam da interação comunitária para o desenvolvimento de habilidades”, ressalta a artista.

“O frevo mudou a minha vida e me fez uma cantora profissional. Ter um frevo gravado no meu álbum é um sonho realizado que eu ainda quero continuar executando, com um disco todo só para ele. Eu amei escrever as letras, cada uma tem uma história interessante”, completa.

Além do talento musical, Caetana é uma voz importante na luta pelos direitos e pela representatividade LGBTQIA+. Ela compartilha abertamente sua própria jornada de aceitação e superação, incluindo os desafios – muitas vezes comuns a pessoas trans – enfrentados: a expulsão da casa onde foi adolescente, a negação da família ao transicionar e tanto mais.

Em seu álbum ‘Deluxe Afronordestina’, explora temas que são tanto pessoais quanto universais. Suas letras são uma celebração da vida, do amor e da identidade, refletindo sua própria jornada de autodescoberta e aceitação.

Gravado ao vivo no estúdio Traquitana, no tradicional bairro do Bixiga, em São Paulo, o registro –  guiado por uma fusão vibrante de frevo e reggaeton – conta com produção de Passarinho e Eramir Neto. O álbum oferece uma abordagem única ao mesmo passo que propõe uma relação ainda mais intensa com a obra original, mantendo viva sua mensagem.

O clima, completamente dançante, busca criar uma imersão na atmosfera festiva e colorida das ruas. Do começo ao fim, traz a malemolência que vai desde os passinhos de bregafunk, do Recife, até os de funk, do Rio de Janeiro.