A Prefeitura do Porto aprovou por unanimidade a homenagem à Gisberta, vítima de crime bárbaro aos 45 anos

Foto: Reprodução | @kiddo.creative

Por Miranda Perozini

A câmara municipal da cidade do Porto aprovou, por unanimidade, o batismo de uma rua com o nome de Gisberta Salce Júnior, uma mulher trans brasileira, natural de São Paulo, assassinada em 2006 no centro do Porto. 

Gisberta, que se apresentou em boates, dublou cantoras brasileiras, foi violentada aos 45 anos por 14 adolescentes, e assassinada em um prédio abandonado no Porto, cidade onde viveu por cerca de 20 anos. A rua que receberá a homenagem fica no bairro Bonfim, considerado um dos mais badalados da cidade, e vai substituir o trecho entre a Rua das Eirinhas e a Travessa das Eirinhas, próximo ao prédio em que aconteceu o crime.

O edifício passa por obras e parte do bairro, antes pouco cobiçado, é um dos mais caros para viver na cidade, com alugueis que podem chegar a € 3 mil (R$ 16 mil). Para pressionar o poder público, a organização da Marcha do Orgulho LGBTI+ e 14 coletivos de ativistas reuniram milhares de assinaturas em um abaixo-assinado a favor da Rua Gisberta.

Dar o nome de Gisberta a uma rua gerou polêmicas e consecutivas propostas têm sido recusadas desde 2010. O prefeito (presidente da câmara) da cidade, Rui Moreira, disse durante a aprovação, que, na época, “a cidade não estava preparada”. Mas agora significa que o Porto “reconhece os seus pecados”.